Chapters 11-20

 

11. Leonore Piper, uma poderosa médium Americana

‘Não cometerei a estupidez, em voga, de considerar como uma fraude tudo o que não consigo explicar.’
C. G. Jung

Um dos médiums mais espectaculares e assombrosos que viveram, desde sempre, foi a Americana, Mrs. Leonore Piper, de Boston. Ninguém, nem mesmo os mais teimosos cépticos de espírito fechado, puderam alguma vez sugerir fraude, depois de a investigarem.

Ela entrava em transe e, então, o controle – uma inteligência do pós-vida de nome Dr. Phinuit – tomava conta e começava a dar uma vasto e preciso número de informações e mensagens de seres que timham partido desta vida.

Um exemplo, entre os milhares através das décadas em que a Mrs. Piper foi, terrivelmente, certeira na sua mediunidade mental, foi quando o Reverendo e a Mrs S. W. Sutton participaram numa sessão em 1893. Os Sutton, de acordo com o relatório de Richard Hodgson, eram pessoas altamente inteligentes. Eles participaram na sessão da Mrs. Piper com a finalidade de ver se conseguiam contacto com a sua filhinha que havia falecido recentemente. Hodgson tinha fornecido um estenógrafo, de modo que, o que foi declarado através da Mrs. Piper, sobre a filhinha dos Sutton, está agora guardado nos arquivos do (UK) Society for Psychical Research para a posteridade (veja Proceedings da SPR 1898:284-582).

Mrs. Piper foi capaz de estabelecer contacto entre os Suttons e a sua bem amada menininha. A informação não deixou nenhuma dúvida, seja de que espécie fosse, de que a rapariguinha estava, realmente, comunicando-se do pós-vida com o seu pai e sua mãe ainda viventes na Terra.

Apenas algumas informações transmitidas pela rapariguinha aos seus pais:

Ela confirmou que tinha o costume de morder os botões. Ela identificou o seu Tio Frank e um amigo que tinha morrido com um tumor e referiu-se ao irmão pela sua alcunha. Ela referiu-se às suas dores de garganta e língua paralizada e que a sua cabeça costumava ficar quente, antes de morrer. Ela referiu-se à Dinah, a sua boneca, à sua irmã Maggie e ao seu cavalinho de brinquedo. Ela também cantou duas canções, as mesmas que cantou imediatamente antes de falecer. Os Suttons não tiveram nenhuma dúvida de que tinham feito contacto com a sua rapariguinha e ficaram especialmente felizes quando ela lhes assegurou: ‘Estou feliz… não chorem mais por mim.’

Uma das capacidades mais importantes que Mrs. Piper tinha desenvolvido, era a habilidade de ter duas inteligências comunicando-se através dela simultâneamente. Um investigador do English Society for Phychical Research (SPR), Richard Hodgson, declarou num dos seus relatórios para o SPR que ele testemunhou uma inteligência do pós-vida comunicando-se através da Mrs. Piper para um membro da sessão, ao mesmo tempo que a mão de Mrs. Piper psico-escrevia uma mensagem totalmente diferente acerca de um assunto diferente para o próprio Hodgson.

Inicialmente, houve uma grande dose de criticismo e de cepticismo acerca da mediunidade de Mrs. Piper. Mas, quando as informações e as mensagens do pós-vida foram tão consistentemente precisas, ao fim de tantos anos, eventualmente, até o segundo maior céptico membro do English Society for Psychical Research (SPR), Richard Hodgson, formalmente, concordou que a mediunidade de Mrs. Piper era genuina e ele confirmou que as informações vinham de inteligências do pós-vida.

A direcção do SPR esperava que Richard Hodgson desacreditasse Mrs. Piper, tal como ele tinha tentado desacreditar todos os médiums estabelecidos, incluindo Madam Blavatsky e Eusapia Palladino. Ele tinha sido, especialmente, escolhido e enviado pelo SPR para investigar a mediunidade de Mrs. Piper logo nos primeiros tempos. Isto porque Hodgson não aplicava o método científico para descobrir a verdade. Ele não tinha sido treinado no método científico e contava apenas com o seu preconceito anti-psíquico para fazer a investigação. Antes de ir investigar a Mrs. Piper ele declarou que ia mostrar como ela era capaz de utilizar truques tão efectivamente ou, nas suas próprias palavras, como a Mrs. Piper obtinha informações ‘previamente, por processos ordinários, tais como cúmplices.’

Hodgson estava determinado a denunciar Mrs. Piper. Contratou detectives particulares para a seguir e relatar com quem ela se encontrva fora de sua casa, para interceptar correio, para convidar participantes falsos e negativos e estranhos para as suas sessões e para fazer todo o possível para provar que a Mrs. Piper não era um médium genuino.

Apesar de toda a oposição e toda a obstrução e controlos, as informações, incrívelmente certeiras, continuaram a ser canalizadas através de Mrs. Piper. Então, Hodgson começou a argumentar que o seu controlo, o Dr. Phinuit, era um desdobramento da mente da Mrs. Piper! Ele argumentou que, uma vez que o Dr. Phinuit não podia dizer quem tinha sido, quando viveu na Terra, ele não podia ser real. Ou que o Dr. Phinuit aceitou ter sido chamado por um outro nome de Scliville. Ou que, porque ele não podia responder a certas perguntas sobre filosofia, então, ele não existia. Ou que a telepatia explicava tudo. A utilização destes argumentos tende, naturalmente, a negar, completamente, a existência do pós-vida.

Claramente, os objectivos de Hodgson não eram válidos, tecnicamente. Escritores do fenómeno psíquico, mesmo escritores contemporâneos, têm escrito com demasiado entusiasmo acerca do que Hodgson declarou acerca dos médiums. Mas, estes escritores, repetidamente:

• não revelaram que ele não estava tecnicamente habilitado para investigar o fenómeno psíquico,

• não revelaram que ele não era tecnicamente competente,

• não revelaram que ele estava sob enorme pressão da liderança do SPR para encontrar algo contra os médiums,

• não revelaram que a presunção de fraude por Hodgson era uma perturbadora variável deliberadamente descontrolada, inaplicável e negativa.

• não revelaram que o ónus de, tecnicamente refutar as provas produzidas por Mrs. Piper acerca do pós-vida, era de Hodgson,

• não criticaram Hodgson por não usar a ciência para rejeitar o pós-vida,

• não revelaram que ele não tinha a sensibilidade ou que não tinha o conhecimento necessário de assuntos psíquicos para administrar testes de validade e integridade,

Nas suas objecções preliminares, o próprio Hodgson ficou por demonstrar que:

• As suas pretensões de telepatia eram válidas,

• Mrs. Piper era competente para ler a mente de outras pessoas,

• Mrs. Piper, enquanto inconsciente durante as sessões, poderia ler as mentes,

• A telepatia de Mrs. Piper se estendia aos que se encontravam a centenas de milhas longe do local das sessões e enquanto ela estava inconsciente,

• As informações certas não provinham de inteligências do pós-vida

Não há que negar quem tinha a responsabilidade de provar algo. O ónus da prova da validade das suas objecções, claramente que assentava sobre Hodgson. Mas ele apenas proferiu palavras como: ‘…não posso provar absolutamente nada…. Não posso provar fraude, não posso provar logro, não posso provar truques contra Mrs. Piper mas… acreditem-me… não acreditem em ninguém mais senão em mim… acreditem sómente em mim pois, sómente eu possuo a verdade sobre estas coisas e ninguém mais…’

Essa espécie de reivindicação dogmática, intencionalmente prejudicial e não substanciada, não era a maneira profissional de apresentação de refutações, então, e nem tão pouco o é hoje.

Mais ainda, não era legítimo que Hodgson, que deveria saber melhor visto ser licenciado em direito, tivesse levantado a objecção acerca de Phinuit pelo facto de Phinuit não responder a questões sobre filosofia. Isso era uma outra objecção técnica inapropriada, irrelevante e ilegítima.

O que era imediatamente relevante era se a informação que estava a ser transmitida era correcta e se provinha de uma inteligência do pós-vida e não quanta filosofia o controlo de Mrs. Piper sabia e se Phinuit era o seu nome ou outra coisa qualquer.

Nós sabemos que, subsequentemente, Hodgson teve de engolir as suas objecções, as suas rejeições, a sua arrogância e a sua intransigência contra a aceitação do fenómeno psíquico e a, confessar relutantemente que a comunicação dos espíritos era a única explicação para as informações, persistentemente precisas, que ele e outros receberam.

Seria, realmente, um enorme absurdo que estes investigadores do SPR, depois de contínuamente receberem brilhantes e extremamente acertadas informações acerca de centenas de coisas diferentes, continuassem a reclamar que não era possível que inteligências do pós-vida estivessem a guiar Mrs. Piper.

O que aconteceu era que, um grande número de pessoas aceitaram a prova do pós-vida de Mrs. Piper porque receberam informações correctas mas, os cépticos de espírito fechado da liderança do SPR não aceitaram. A sua estratégia era a de que, se pudessem desacreditar e destruir o controlo de Mrs. Piper, Phinuit, eles destruiriam qualquer noção de que alguém do pós-vida pudesse, de algum modo, estar envolvido.

Voltando à telepatia. Quando os cépticos de espírito fechado não conseguiram desacreditar Mrs. Piper, o seu novo alvo de ataque era que, enquanto em transe – isto é, enquanto ela estava totalmente inconsciente - Mrs. Piper estaria lendo as mentes não só daqueles que estavam na sessão mas também das outras que estariam a centenas de milhas longe do local em que se desenrolavam as sessões!

Há algo de muito bizarro quando os proeminentes cépticos de espírito fechado do SPR (Inglês) – tais como Hodgson, inicialmente, e Frank Podmore que nunca aceitaram a telepatia, reclamavam que ‘deveria ser telepatia!’ quando as provas do pós-vida que Mrs. Piper estava fornecendo eram objectivas, científicas, sem falhas e absolutas. Isto aconteceu porque os líderes do SPR, por mais de cem anos e até aos dias de hoje, têm negado a existência da telepatia ou de seja o que fôr psíquico! Eles até rejeitaram experiências, levadas a cabo sob os auspícios dos seus próprios membros, em que a probabilidade de ocorrência, por acaso, do resultado era de 1 para 9.999.999.999.999.999.999.999.999.999.999.999 – veja as experiências sobre telepatia com crianças de Creery (Inglis 1977:322-324).

Como um rápido àparte, é interessante notar que, tanto quanto é do meu conhecimento, os investigadores do SPR nunca objectaram resultados obtidos, em assuntos não-psíquicos, tendo declarado estatísticamente significantes e comercialmente aceitáveis um nível de probabilidade tão baixa como .05 – uma hipótese em vinte de que os resultados verificados foram-no por acaso. Mas, quando toca às experiências psíquicas, tais como as experiências de telepatia das crianas de Creery, os desonestos acessores psíquicos do SPR aplicam um padrão incompatível.

Os factos acerca de Mrs Piper não estão em disputa. Autores diversos reconheceram que o Dr. Phinuit foi o seu primeiro controlo. Mas, então, um dos amigos de Hodgson, George Pellew, morreu de repente e sucedeu ao Dr. Phinuit, manifestando-se através de Mrs. Piper, quando ela estava em transe. Hodgson estava, agora, numa situação única para fazer ao seu falecido amigo milhares de perguntas sobre o seu relacionamento. Por anos Mrs. Piper, ou mais correctamente, George Pellew, através dela, respondeu às suas milhares de questões correctamente.

Ao longo de vários meses Hodgson apresentou, nas sessões, mais de 150 pessoas a Mrs. Piper, enquanto em trase. Destas, trinta conheciam George Pellew quando em vida – as outras nunca se encontraram com ele. George Pellew foi capaz de identificar, correctamente, todos os participantes que ele tinha conhecido. A maior parte deles sentaram-se, conversaram e relembraram o passado com George Pellew, falando através de Mrs. Piper, como se ele próprio estivesse aí em carne e osso. O seu único erro foi não conseguir identificar uma pessoa com quem ele não se tinha encontrado desde que ela era uma rapariguinha!

Estes encontros foram tão impressionantes que Richard Hodgson escreveu o seu relatório, explicando, em detalhe, porque é que ele tinha errado nos seus relatórios anteriores e que, agora, ele tinha aceite, irrecusávelmente, a existência do pós-vida. Na realidade, Hodgson declarou no seu relatório que ele se tinha comunicado com inteligências do pós-vida e que ele próprio não via o dia de ir para lá.

O que é que Hodgson admitiu acerca de Mr. Piper?

O inflexível cepticismo de Richard Hodgson levou-o a cometer alguns dos mais horriveis disparates da história de fenómenos psíquicos. Mas chegaram ao fim com Mrs. Piper. Ele verificou a existência do pós-vida, dizendo

… até ao presente, não posso pretender ter alguma dúvida sequer de que os principais ‘comunicadores’ a quem me refiro nas páginas a seguir, são, provadamente, as personalidades que eles dizem ser, que eles sobreviveram à mudança a que chamamos morte e que eles se comunicaram directamente conosco que nos chamamos vivos, através do organismo de Mrs. Piper, em transe (SPR Proceedings Vol. 13, 1898, H10).

Isto foi espantoso. Aqui temos alguém cuja anterior imaturidade, relativa incompetência e inexperiência tinha ajudado a destruir a credibilidade de dois médiums internacionais com quem ele não se preocupou em tomar o tempo suficiente para os investigar convenientemente. Quando investigou Mrs. Piper ele aceitou o pós-vida porque as provas persistentemente acertadas através de anos não poderiam passar despercebidas. Hodgson foi derrotado sem remissão por uma médium mental e ele tinha consciência disso.

Mrs. Piper, a brilhante e bem dotada médium Americana, repetidamente, ganhou outras batalhas contra cépticos de espírito fechado, muitas vezes desonestos e negativos. A História guarda memória desta excitante vitória da mediunidade psíquica genuina, comunicando-se com inteligências do pós-vida

Os cientistas eminentes, os gigantes da ciência – que dizem eles?

Alguns dos mais eminentes cientistas e escolásticos, depois de, científicamente, investigarem a mediunidade de Mrs. Piper, concordaram, unânimemente, em termos absolutos e sem reservas de que Mrs. Piper tinha provado a existência do pós-vida. Estas citações foram tomadas do autorizado livro do Prémio Nobel, Professor Richet, sobre o fenómeno psíquico, Our Sixth Sense (1927).

O Professor Myers, um dos mais distintos cientistas do Mundo, declarou:

As mensagens que me foram transmitidas e certas circunstâncias indicadas, tornavam impossível que Mrs. Piper tivesse conhecimento delas (Richet 1927:128).

Sir Oliver Lodge, um outro dos mais distintos cientístas que este Mundo jamais viu, disse:

Assegurei-me a mim próprio de que a maior parte das informações fornecidas por Mrs. Piper, em estado de transe, não foram obtidas pelos ordinários métodos quotidianos e excluem a utilização dos normais canais dos sentidos (Richet 1927:128)

O Professor William James dos Estados Unidos, inicialmente, um inflexível céptico e um dos intelectuais de maior inspiração do seu tempo, admitiu:

Estou absolutamente certo de que Mrs. Piper, em estado de transe, conhece coisas que seria impossível ela ter conhecimento no seu estado desperto (Richet 1927:128).

O Professor Hyslop, dos Estados Unidos, um dos mais obstinados cépticos de espírito fechado que, por muitos anos disseminou a maior parte da propaganda anti-psíquica, eventualmente admitiu a genuinidade da mediunidade de Mrs. Piper. Ele, como Hodgson, também se converteu à aceitação do pós-vida.

12. Hodgson e Houdini – Cépticos Falhados?


‘… absurda e ilógicamente céptica, a SPR tornou-se numa sociedade virada para a supressão de factos, para a imputação massiva da decepção, para o desencorajamento do sensível e o repúdio de toda a revelação do género dito auto-imposto à humanidade pelas regiões da luz e do conhecimento.’
Sir Alfred Russel Wallace

Um acontecimento mais do que espantoso aconteceu após a aceitação do pós-vida por Hodgson. Um dia, logo após praticar desporto, Hodgson foi acometido de morte súbita na relativamente jóvem idade dos 50 anos. Pouco depois, ele substituiu George Pellew como controlo de Mrs. Piper. Relatou mais informaçoes do pós-vida mas, para espanto seu, constatou que algumas pessoas não aceitavam que ele fosse Hodgson como ele dizia. O Professor James disse, ‘Sim, pode ser que seja Hodgson quem está transmitindo estas informações mas, não estou tão seguro disso…’. Uma vez mais Hodgson mostrou as suas limitações e a sua falta de talento e apenas foi capaz de explodir em frustação:

‘Se não sou Richard Hodgson, então Richard Hodgson nunca existiu’

Para a direcção do English Society for Psychic Research a morte de Richard Hodgson foi, na verdade, uma grande notícia. Seria sobremaneira embaraçoso para a direcção do SPR se ele continuasse vivo, transmitindo, contínuamente, a milhões de pessoas que o pós-vida existe, que ele tinha obtido informações e que repetidamente se tinha comunicado com inteligências do pós-vida e que ele tinha, de forma conclusiva e constante, comprovado que as informações eram incrívelmente correctas.

Antes de morrer ele apresentou o seu relatório ao SPR, confessando que se tinha convencido de que inteligências do pós-vida eram responsáveis pela riqueza e acuidade de informações que eram recebidas através de Mrs. Piper. As consequências eram sérias e de repercuções muito sérias. Não foram determinadas até hoje.

Esta confissão demonstra, inegávelmente, que o primeiro relatório de Hodgson sobre Mrs. Piper, negando o pós-vida, teria que estar errado, inevitávelmente, e necessitava de revisão. As informações que ele recebeu na sua segunda sessão eram muito correctas mas, a sua defesa era que, ‘… não pode ser verdade porque não acredito nele e estou aqui com a missão de descobrir fraude.’

Hodgson, um jóvem investigador, ao tempo, relativamente, imaturo, inexperiente e falho de competência técnica era ignorante das leis do método científico. Ele tinha, antes, reclamado fraude contra dois médiums de sucesso internacional, Madame Blavatsky e Eusapia Palladino.

Agora, é importante recordar que, inicialmente, Hodgson tinha declarado que Mrs. Piper estaria a defraudar. Ele tinha viajado da Inglaterra para os Estados Unidos com a específica finalidade de a desmascarar. Sistemáticamente, tinha feito alegações de fraude contra todos os médiums que investigara.

 

 

A parcialidade, incompetência e negligência de Hodgson

Não há dúvidas que, se Hodgson tivesse dispendido o tempo suficiente com os outros médiums que ele, supostamente, investigou e declarou fraudulentos, teria chegado à mesma conclusão: de que eram genuinos. Para isso teria, tão sómente, que dispender o tempo necessário!

O que, inevitável e necessáriamente, acontece é que todos os outros relatórios que ele enviou ao SPR, antes da sua conversão ao espiritualismo, deverão ser revistos à luz da sua admissão de que:

• o pós-vida existe,

• ele se comunicou, repetidas vezes, com inteligências do pós-vida,

• através de Mrs. Piper ele recebeu informações precisas do pós-vida, ao longo de muitos anos,

• era incorrecto presumir que um fenómeno de telepatia se estaria a passar com Mrs. Piper

• ele estava errado ao utilizar a presunção de fraude contra médiums, e que

• ele tinha aceitado, em absoluto, que as informações de Mrs. Piper provinham de pessoas que tinham vivido na Terra.

Esses relatórios incluem o que Hodgson escreveu sobre Madame Blavatsky, na Índia, em que ele nunca justificou porque é que utilizou informações que lhe foram dadas por rivais de Madame Blavatsky e que teriam, inevitável e negativamente, influenciado as suas percepções acerca de Madame Blavastky.

De igual modo, o relatório rejeitando Eusapia Palladino deverá ser revisto para demonstrar que Hodgson estava equivocado. Não conduziu as investigações de modo apropriado e não tinha competência para aplicar distinção científica do mesmo modo como tinham feito um outro membro principal do SPR, Hereward Carrington e outros cientístas mais antigos na Europa, quando investigaram Palladino. Eles concluiram que – embora ela tivesse testado os investigadores muitas vezes – produziu fenómenos psíquicos genuinos.

Compreensívelmente e não obstante as inúmeras insuficiencias de Hodgson, como investigador, ele não tinha absolutamente nada a ganhar ao concluir que Madame Blavatsky ou, depois, Paladino fossem médiums autênticos. Blavatsky e a ‘camponesa’ Italiana Palladino eram ‘estrangeiros’ longínquos para os ultra conservadores líderes do SPR Inglês, numa época em que os preconceitos raciais eram extremamente exaltados. Os rivais de Blavatsky fizeram, inclusivé, acusações frívolas de que ela exerceria espionagem a favôr dos Russos! Se ele a favorecesse, seria ridicularizado e, provávelmente, banido do SPR do mesmo modo como outros o foram, outros que aceitaram a mediunidade genuina – e do mesmo modo como, ainda hoje, nas universidades, os professores que aceitam o fenómeno psíquico são sugeitos a risota e a perseguição.

Foi tão fácil, vantajoso e mesmo obrigatório que Hodgson acertasse agulhas com a direcção do SPR, não obstante a verdade, e descobrir factos contrários à mediunidade de Madame Blavatsky e Eusapia Palladino e outros médiums genuinos.

Disto decorre que todos os relatórios de Hodgson para o SPR acerca da mediunidade e do fenómeno psíquico deverão ser revistos e, onde aplicável, os médiums falsamente acusados de logro ou fraude deveriam ser reabilitados.

 

Terá Hodgson denunciado Madame Blavatsky?

Apenas para constar, como anteriormente foi referido, adequada terminologia deverá ser utilizada ao avaliar alguém como Richard Hodgson. Ele não desmascarou Blavatsky ou Palladino. Técnicamente, no contexto das suas próprias limitações como investigador, ele – com algum complot fabricado pelo SPR – alegaram, unilateralmente, que houve fraude, por oposição a que, objectivamente, teria sido descoberta fraude. Os escritores do século vinte parecem terem omitido fazer esta distinção muito importante.

Antes de Hodgson ter investigado Madame Blavatsky, ele era um desconhecido, um zé-ninguém, uma não-entidade, enquanto que Madame Blavatsky era uma mulher poderosa que tinha fundado a Sociedade Teosófica com ramificacões em todo o Mundo. Madame Blavatsky argumentaria, hoje, que o tempo a tinha vingado. Os seus escritos espirituais foram cruciais na mudança do pensamento ocidental duma dogmática crença religiosa profundamente enraizada e intolerante para uma visão mais ampla de iluminismo espiritual da pessoa e de responsabilidade individual. Ela também poderia reclamar que isto contribuiu, inevitávelmente, para o advento da Nova Era (New Age) nos últimos dias do século vinte.

A esta luz, poderemos concordar que Madame Blavatsky teria tido muitos inimigos ocultos e poderosos no ‘establishment’ ocidental e nas religiões tradicionais instituidas. Madame Blavatsky argumentaria que a sua Teosofia é conhecida pela sua alta espiritualidade e é tomada, por muitos, como um poderoso veículo das ‘forças da Luz’. Desde a morte de Hodgson a Sociedade Teosófica aumentou, substancialmente, o número de adeptos, internacionalmente, e tem espalhado a luz pelo Mundo fora durante os últimos cem anos. Tudo leva a crer que continuará a espalhar essa luz por muitos séculos ainda.

Mas, à declaração de Hodgson de que Blavatsky era uma fraude, foi dada imediata e intensiva cobertura noticiosa pelos media e ele ganhou notoriedade na Inglaterra pela sua alegada ‘acusação’ de Madame Blavatsky. A direcção do SPR, naturalmente, recebeu-o como um herói. Foi-lhe dado completo e massivo apoio pelos materialistas e fundamentalistas.

Isto foi um exemplo perfeito de um ninguém – uma não-entidade – a ganhar imediata notoriedade, procurando desacreditar e destruir o forte, o potente e o poderoso em vez de utilizar a honestidade e a integridade na prossecução da verdade e nada mais senão a verdade. Estas não-entidades procuram ganhar notoriedade por qualquer preço – não pelas suas próprias competências mas, antes, através do deitar abaixo, do destruir e do denegrir, lançando mãos de extrema desonestidade, logros e malícia.

A imaturidade de Hodgson, a sua falta de experiência e incompetência relativa foram, elas próprias ‘desmascaradas’ e a sua credibilidade sujeita aos mais devastadores reveses quando o seu Relatório foi, pormenorisadamente, examinado por Adlai E. Waterman. Com um meticuloso cuidado pelos detalhes, Waterman demonstrou no seu argumento Obituary – The ‘Hodgson Report’ on Madam Blavatsky porquê e como considerava Hodgson incompetente e onde é que ele tinha cometido enormes omissões.

Ele apontava para o facto de que, a prova principal em que Hodgson se baseava no seu Relatório, era um testemunho fraudulento obtido da criada da Madame Blavatsky e seu marido, jardineiro, os senhores Coulomb. Os Coulomb tinham sido despedidos da casa de Madame Blavatsky, pela própria Madame Blavatsky, por graves faltas de comportamento – incluindo, segundo Waterman, não contestadas acusações de extorção, chantagem, calúnia, falsidade e esbanjamento de fundos domésticos (Waterman, 1963:1-2).

Hodgson, deliberadamente, não incluiu provas de outras orígens que neutralizariam o testemunho deles.

Em tribunal, o testemunho dos Coulomb não teria tido qualquer valor. Mas, Hodgson fez o papel de acusador, juíz e júri a fim de concluir a culpabilidade de Madame Blavatsky porque ele não estava equipado para lidar com assuntos sensíveis. Ainda mais, o Relatório de Hodgson não teria, técnicamente e segundo os padrões de hoje em dia, nenhum valor, visto que não chegou a demonstrar quais as variáveis específicas e quais as extrínsecas que ele tinha controlado.

Houdini – notoriedade e atenção mediática

Um outro exemplo de como não-entidades se tornam ‘cruzados’ contra os fenómenos psíquicos a fim de ganhar atenção mediática e notoriedade, foi o caso do mágico teatral, Houdini, nos Estados Unidos. A História lembrá-lo-á, não tanto pelos seus truques nos palcos, como um mágico de espetáculos mas, pela sua notoriedade em combater o fenómeno psíquico e a sobrevivência. O seu próprio biógrafo, Lindsay Gresham, declarou que Houdini era um mistificador e um mentiroso. Gresham refere o assistente de Houdini, como tendo confessado que Houdini lhe teria pedido para fazer batota, por ele, no caso da investigação da médium Margery Crandom (Inglis 1984:165-169). Houdini iria perder mil dólares se a mediunidade de Margery fosse comprovada.

Quando isso aconteceu, e teria acontecido por várias vezes que Houdini e os seus assistentes tivessem recorrido à mentira, uma inteligência do pós-vida jurou a Houdini que o desmascararia. Essa inteligência disse à assistência que Houdini tinha introduzido uma pequena borracha no sino que Margery era suposta fazer tocar. “Walter’ tinha assistido ao próprio Houdini a fazer batota com o fim de evitar que a verdade acerca da existência do pós-vida fosse dada a conhecer ao público.

Uma linha mais do que notável tinha sido ultrapassada por uma inteligência do pós-vida – uma ameaça a Houdini, que era ainda um ser vivente, e que estava a mentir para obter ganhos e glória pessoais à custa de uma médium genuína e das inteligências que estavam envolvidas com a médium Margery. ‘Walter’, a inteligência do pós-vida, disse: ‘Houdini, tú…patife! … Lembra-te, Houdini, que não viverás para sempre. Algum dia terás de morrer!’ (Inglis 1984:168).

A estes cruzados contra o pós-vida, os Hodgsons e os Houdinis, foram dadas atenção mediática imerecida, sem reservas e exageradas. Esta cobertura mediática encorajou estes cruzados anti-psíquicos a irem até à fraude e à mentira para denunciar, desacreditar e denegrir os psíquicos genuinos e evitar que o público pudesse ter conhecimento da verdade sobre a existência do pós-vida.

Podemos, ainda hoje, ver cruzados contra o fenómeno psíquico, nos media, denunciando a existência do pós-vida. Mas os media não dão aos psíquicos genuinos o mesmo tempo de antena para dizerem ao público onde e quando estes cruzados contra o pós-vida estão mentindo e ludibriando.

Houdini encontra provas

Contudo, ficou escrito que Houdini, o maior desmascarador de médiums da América, também encontrou médiums genuinos.

O mágico professional Americano e pesquisador psíquico, Larry Auerbach, declarou, numa entrevista, que Houdini tinha, finalmente, descoberto um médium que lhe tinha dado provas, sem quaiquer ambiguidades, da vida depois da morte. Os detalhes disso, disse, estão contidos em escritos privados que os mágicos cépticos estão tentando suprimir (Randles e Hough 1993:72:73). Jerome Ellison faz declarações similares no seu livro The Life Beyond Death (1974:21):

‘Ele (Houdini) calcurreou o país, procurou ter sessões com todos os médiums que podia encontrar e, implacávelmente, desmascarou as fraudes, o que sempre constituiu motivo para sombrias colunas noticiosas. Contudo, as suas investigações terminaram por ter um tremendo impacto sobre ele mesmo. Alguns médiums com quem teve sessões, simplesmente, não eram passíveis de serem desmascarados: não eram fraudes.’

Uma outra prova de que Houdini tinha alguma razão para acreditar na sobrevivência era o seu famoso acordo com a sua esposa de que, se pudesse, de algum modo, lhe passaria uma mensagem codificada após a sua morte.

A mensagem foi passada

Dois anos depois da morte de Houdini, em 1926, uma mensagem secreta que ele tinha prometido a sua esposa foi recebida por um médium Americano, Arthur Ford, um dos mais dotados médiums da América. Arthur Ford fez constatar que desaprovava o comportamento de Houdini. De acordo com a sua auto-biografia (como dito a Jerome Ellison) ele tomava, a maior parte dos desmascaramentos dos médiums por Houdini, como fanatismo, estravagância e injustiça. Assim, foi com enorme surpresa, que acordou do seu transe mediúnico na sessão do dia 8 de Fevereiro de 1928 para ouvir que ele tinha transmitido a mensagem da mãe de Houdini – a palavra ‘perdão’. Ela explicou que esta tinha sido a palavra que ela e o seu filho, Harry, tinham acordado antes da sua morte que, de forma positiva, a identificaria.

Por causa da sua falta de simpatia por Houdini, Ford não sentiu que deveria fazer fosse o que fosse com a mensagem. Contudo, outros assistentes à sessão notificaram Mrs. Beatrice Houdini.

Por causa deste sucesso preliminar, um editor do Scientific American esteve presente com um perito em estenografia, durante as semanas seguintes, enquanto que a longa e estudada mensagem que Houdini e sua esposa tinham acordado era transmitida num código complicado que eles utilizavam nas suas actuações teatrais. Ellison disse que estas sessões eram, usualmente, bem testemunhadas e que se encontravam entre as grandes comunicações clássicas dos anais da pesquisa de fenómenos psíquicos (Ellison 1974:23).

Mrs. Houdini assinou uma declaração dizendo que a mensagem era a que ela e o marido tinham combinado.

13. Materialização mediúnica

‘O desconhecido é apenas aquilo que ainda não foi descoberto’
Comunicações do pós-vida

A materialização refere-se ao processo pelo qual o ectoplasma, uma substância esbranquiçada e vaporosa, é emitida da boca e de outras partes do corpo do médium. Este ectoplasma permite às inteligências do pós-vida reduzir as suas vibrações para o nível dos humanos físicos. Quando existe uma quantidade suficiente de ectoplasma, as inteligências do pós-vida podem materializar-se e tornar-se sólidos . Os animais de estimação e pessoas amadas que morreram tornam-se reconhecíveis e sentem-se como seres viventes.

A materialização de pessoas e animais que morreram, a levitação e os aportes de flores, moedas e outros objectos bem assim como detalhadas e específicas informações dos que se passaram para o outro Mundo, são ocorrências que atestam a ‘mediunidade física’ que tem sido sempre, extremamente, rara. Foi estimado que apenas uma em cada 100.000 pessoas têm a capacidade de desenvolver este dom e, normalmente, leva vinte anos de esforço disciplinado para se ter sucesso (Boddington 1992:10).

Largamente devido ao ‘quase sádico’ tratamento infligido aos médiums de materialização pelos assim chamados ‘pesquisadores’ materialistas, a Materialização Mediúnica foi forçada a refugiar-se na clandestinidade, depois dos anos 1950 e os médiums físicos, no Ocidente, apenas tinham sessões com amigos e familiares por trás de portas fechadas (Boddington 1992:10).

A Sociedade de Mediunidade Física Arca de Noé estabelecida na Inglaterra em 1990 tem, agora, 1700 associados e 150 círculos de amigos em todo o Mundo. Foi estabelecida para fornecer um espaço seguro para os médiums e protegê-los do que o seu Presidente descreve como:

…o severo tratamento infligido aos pioneiros da mediunidade física pelos chamados pesquisadores, que insistem em torturar os médiums, exigindo-lhes inúmeros testes e infligindo-lhes graves prejuízos físicos em violação das leis que regem os fenómenos psíquicos (Boddington 1992:8).

Porque eles não conseguem acreditar em tais coisas e porque efeitos similares são, por vezes, produzidos por mágicos, os cépticos concluem que toda a materialização e outros fenómenos psíquicos são falsos. No passado, não conseguiam admitir que o ectoplasma é, normalmente afectado pela luz e que a maior parte dos médiums de materialização necessitam de trabalhar na obscuridade. Houve casos em que os cépticos tentaram acender as luzes, súbitamente, para ‘caçar’ o médium, o que causou danos e mesmo morte a médiums de materialização – veja o capítulo 14 em que Helen Duncan, uma poderosíssima médium de materialização morreu poucas semanas depois de a sua sessão ter sido assaltada por polícias à paisana.

Mas, quando imparcialmente examinada, pode ser provado que a Materialização Mediúnica é genuina. Alguns médiums altamente dotados são capazes de efectuar a materialização por terem ectoplasma em abundância.

Os cépticos sustentam que o ectoplasma não existe e que as fotografias dele tiradas são tudo fraude, normalmente, cometido pelo médium que, antes da sessão, esconde na boca tiras de tecido tipo crepe indiano que, depois vai puxando para fora.

Embora existam médiums que possam ter feito este tipo de truques, existem abundantes provas de cientistas de primeira grandeza, incluindo um Prémio Nobel da fisiologia, da existência real do ectoplasma e de que ela é a base de muitos e maravilhosos fenómenos psíquicos.

O Barão Von Schrenck-Notzing, um físico de Munique, demonstrou que o ectoplasma é composto de leucócitos - células brancas ou incolores do sangue – e de células epiteliais – de que se compõem vários tecidos protectores do nosso corpo. Durante a materialização é subtraído do corpo do médium e dos assistentes às sessões (Stemman, 1975:57).

O Professor W.J. Crawford que foi catedrático de Engenharia Mecânica na Queen’s University, em Belfast, conduziu longos e meticulosos estudos sobre o ectoplasma. Ele escreveu três livros clássicos: The Reality of Psychic Phenomena (1916), Experiments in Psychic Science (1919) e The Psychic Strutures in the Galigher Circle (1921). Ele descobriu que, durante a materialização, o peso do médium baixava de 73kgs para 30kgs. Noutros casos descritos na literatura da especialidade, descobriu-se que o médium sofria perdas de peso de 7kgs a 18kgs (Meek 1987:69).

George Meek descobriu que, durante uma sessão de materialização, há uma temporária perda de peso quer do médium, quer dos assistentes, uma vez que é subtraída dos seus corpos uma substância. Nas suas próprias experimentações ele constatou a perda de peso de cerca de 10kgs por 15 físicos, psicólogos e outros que constituiam a equipa de experiências. (Meek 1987:69).

Outro fisiólogo famoso que trabalhou intensamente com o ectoplasma foi o Professor Charles Richet, Professor de Psicologia na Sorbonne, em Paris, Prémio Nobel e membro do prestigioso Instituto de França. Ele denominou a substância a partir do Grego ‘substância exteriorizada’.

Na fase inicial, descobriu que era invisível e intangível mas, mesmo assim, podia ser fotografada por raios infra-vermelhos e pesada. Depois, torna-se ou vaporoso ou líquido com um cheiro de certo modo próximo do ozono. Na sua fase final, quando pode então ser visto e sentido, tem a aparência de musselina e, ao tacto, dá a sensação de teia de aranha. Noutras ocasões é húmida e fria e, em casos raros, é seca e dura. A sua temperatura é, em regra, de cerca de 4 graus centígrados (Butler 1947:75). Atinge quase a temperatura de congelação, portanto, bem abaixo da temperatura normal do nosso corpo de cerca de 37 graus centígrados.

A conclusão a que Richet chegou era a de que:

Existe ampla evidência para que a materialização experimental (ectoplásmica) fosse, definitivamente, considerada como um facto científico. Seguramente que não a compreendemos. É muito absurdo, se é que uma verdade possa ser absurda (Richet 1927:112).

O professor Crawford descobriu que todas as manifestações físicas dos seus médiums – levitação de mesas, movimentação de objectos, etc., eram conseguidos através da construção ectoplásmica de varões, escoras e cachorros. No seu livro Psychic Strutures ele apresenta fotografias do ectoplasma a ser utilizado para levantar mesas. Na sua opinião abalizada de professor de engenharia mecânica:

… todos os resultados mecânicos, sem excepção, seguiam a lei da mecânica de uma viga fixada no corpo do médium, de um lado, e projectando-se para o meio da sala de sessões (Butler 1947:78).

Uma das características chave do ectoplasma é que, alguma das suas formas, são extremamente sensíveis à luz, de tal forma que, apenas a luz duma lanterna de pilhas, faz a substância voltar ao corpo do médium com a força retractiva de um elástico esticado que se liberte de repente.Contusões, ferimentos abertos e hemorragias poderão então ocorrer. Numa sessão no Colégio Inglês de Ciências Psíquicas um dos assistentes fez um gesto violento quando tocado pelo ectoplasma; o médium, Mr. Evan Powell, sofreu, de imediato, um ferimento grave no peito (Butler 1947:75).

Por causa da sensibilidade à luz, a maior parte dos médiums têm que trabalhar na penumbra ou com luz de infra-vermelhos. Contudo, tem havido notáveis casos de excepção. A seguir estão descritos três exemplos de extraordinários médiums de materialização que nenhum céptico poderá ignorar.

Daniel Dunglas-Home – um médium poderosamente dotado

Daniel Dunglas-Home era um médium físico, nascido na Escócia e criado nos Estados Unidos. Deu sessões para amigos e parentes na Inglaterra e na Europa durante vinte anos, entre 1854 e 1874, recusando qualquer pagamento pelos seus serviços. Durante todo esse tempo não foi feita qualquer alegação de burla, apesar de ser um dos homens mais esmiuçados da Europa. As suas sessões eram frequentadas por membros da aristocracia, gigantes literários e eminentes cientístas tais como Alfred Russel Wallace, William Crookes e Frances Galton. ‘Conjuradores famosos também frequentaram as suas sessões na esperança de o apanharem em falso; mas todos se foram embora desapontados’ (Inglis 1984:20).

O que era extraordinário em Home é que ele era capaz de trabalhar em pleno dia ou à luz de candeeiros de gaz e em casas em que nunca tinha estado antes. Nestas circunstâncias ele:

• produziu barulho de batimentos que podiam ser ouvidos por toda a sala

• fez com que mesas se levantassem no ar

• fez com que instrumentos musicais tocassem por si próprios

• fez com que mãos desencorpadas aparecessem para que os assistentes as pudessem inspeccionar, tocar e apertar. Mas, se alguém tentasse agarrar-se a elas, elas desapareciam como que se derretendo

• fez-se levitar a si próprio e a outros

• pegou em carvão encandescente sem nenhum efeito

Nos finais da sua carreira, solicitaram a Home que demonstrasse os seus poderes em experiências de laboratório. Em testes com Alexander von Butlerow, na Rússia, e com William Crookes, na Inglaterra, ele foi capaz de produzir efeitos psicocinéticos, à distância, o que poude ser medido com balanças.

Carlos Mirabelli – provas irrefutáveis

Outro médium que, indubitávelmente, produziu fenómenos físicos fantásticos foi Carlos Mirabelli, do Brasil (1889-1950). Através dele, cientístas de muitas partes do Mundo puderam testemunhar o fenómeno psíquico que, até aos nossos dias nem foram rebatidas nem parece poderem ser rebatidas.

Em 1927 apareceu no Brasil um livro intitulado O Médium Mirabelli que continha 74 páginas narrando fenómenos que ocorriam em plena luz do dia, por vezes, na presença de até sessenta pessoas ao mesmo tempo, representando a nata dos círculos cientícos e sociais do Brasil. Entre os que se propuseram deixar os seus nomes como testemunha estavam: um Presidente do Brasil, um Secretário de Estado, dois professores de medicina, 72 médicos, 12 engenheiros, 36 juristas, 89 funcionários públicos, 25 militares, 52 banqueiros, 128 comerciantes e 22 dentistas bem como membros de ordens religiosas (Zeitschrift fuer Parapsychologie 1927:450-462).

O depoimento de tantas e tão proeminentes testemunhas não poderia ser fácilmente ignorado e, no Brasil, foi constituido um comité composto por vinte homens notáveis, liderados pelo Presidente, com a finalidade de entrevistar testemunhas e decidir o que deveria ser feito para, científicamente, investigar os poderes de Mirabelli.

Foi decidido, em 1927, montar uma série de investigações controladas pela acabada de constituir Academia de Estudos Psíquicos, utilizando os mesmos padrões a que tinham sido sugeitos os médiums Europeus.

Os investigadores dividiram-se em três grupos. Um grupo lidava com a mediunidade falada e assistiram a 189 sessões positivas (sessões que tinham produzido resultados positivos). Um segundo grupo investigou a escrita autómata e assistiu a 85 sessões positivas e a 8 negativas (sessões que não produziram nenhum resultado). Um terceiro grupo investigou o fenómeno físico e teve 63 sessões positivas e 43 negativas. Das sessões positivas, 40 foram efectuadas à luz do dia e 23 à luz clara artificial, com o médium atado a uma cadeira em quartos que tinham sido revistados antes e depois (Inglis 1984:223).

Mirabelli tinha apenas uma educação básica e não falava senão a sua língua nativa. Mas, quando entrava em transe, seres espirituais falavam, através dele, em 26 línguas diferentes incluindo o Alemão, o Francês, o Holandês, quatro dialectos Italianos, Checo, Árabe, Japonês, Espanhol, Russo, Turco, Hebreu, Albanês, vários dialectos Africanos, Latim, Chinês, Grego moderno, Polaco, Sírio-Egipcio e Grego arcaico.

Enquanto em transe, espíritos elevados tiveram conversas, através dele, sobre assuntos difíceis que estariam para além da sua própria compreensão. Estes incluiam medicina, jurisprudência, sociologia, economia política, política, teologia, psicologia, história, ciências naturais, astronomia, filosofia, lógica, música, espiritismo, ocultismo e literatura (Greber 1970:236).

Ainda enquanto em transe, ele tinha a faculdade de escrita autómata em 28 línguas diferentes, manuscrevendo a uma velocidade que escritores normais não conseguem atingir. Em 5 minutos ele escreveu 5 páginas em Polaco sobre ‘O Renascimento da Polónia’; em 20 minutos escreveu 9 páginas em Checo sobre ‘A Independência da Checoslováquia’; em 12 minutos, 4 páginas em Hebreu sobre o ‘Slander’; em 40 minutos, 25 páginas em Persa sobre ‘A Instabilidade dos Grandes Impérios’; em 15 minutos, 4 páginas em Latim sobre ‘As Traduções Famosas’; em 12 minutos, 5 páginas em Japonês sobre ‘A Guerra Russo-Nipónica’; em 22 minutos, 15 páginas em Sírio sobre ‘Allah e os seus Profetas’; em 15 minutos, 8 páginas em Chinês sobre ‘Um Pedido de Perdão a Buda’; em 15 minutos, 8 páginas em Sírio-Egípcio sobre ‘Os Fundamentos da Legislação’; em 32 minutos, 3 páginas sobre hieróglifos que ainda não foram decifrados (Johannes Greber 1970:236).

Mirabelli também se notabilizou como médium físico

• Numa sessão bem frequentada, em São Vicente, a cadeira em que Mirabelli, em estado de transe, estava sentado, levantou-se no ar e manteve-se a dois metros acima do solo. Testemunhas cronometraram a sua levitação que durou 120 segundos.

• Numa outra ocasião, Mirabelli estava na estação de caminhos de ferro da Luz com vários companheiros quando, de repente, desapareceu. Cerca de 15 minutos mais tarde, veio um telefonema de São Vicente, uma cidade a 90 quilómetros, dizendo que ele tinha aparecido lá, exactamente dois minutos depois de ter desaparecido da Luz.

Numa sessão conduzida de manhã, em plena luz do dia, no laboratório do comité de investigação, em frente a muitas pessoas notáveis, dentre os quais dez licenciados em Ciências:

• A forma de uma criança se materializou ao lado do médium

• Dr. Ganymede de Souza, que estava presente, confirmou que a criança era a sua filha que tinha falecido poucos meses antes e que ela estava trajando o vestido com que tinha sido enterrada

• Um outro observador, o Coronel Octávio Viana, também tomou a criança nos seus braços, tomou-lhe o pulso e fez-lhe várias perguntas a que ela respondeu com acerto

• Foram feitas fotografias da aparição que foram anexas ao relatório do comité de investigação.

• Depois disto, a criança esvoaçou em redor e desapareceu depois de ter estado visível à luz do dia por trinta e seis minutos

• A forma do Bispo José de Camargo Barros que tinha, recentemente, perdido a vida num naufrágio, apareceu aparamentado e com todas as suas insígnias

• Conversou com os presentes e permitiu-lhes que examinassem o seu coração, as gengivas, o abdómen e os dedos antes de desaparecer

Numa outra sessão conduzida em Santos, às três e meia da tarde, perante sessenta testemunhas que atestaram, assinando o relatório sobre o que se passou:

• O falecido Dr. Bezerra de Menezes, um proeminente médico de hospital, materializou-se

• Falou a todos os presentes à sessão para lhes assegurar que era ele próprio que aí estava

• A sua voz fez-se ouvir por toda a sala através de megafone

• Foram-lhe tiradas várias fotografias

• Dois médicos que o tinham conhecido antes, examinaram-no por quinze minutos e declararam que, anatómicamente, era um ser humano normal

• Ele apertou as mãos dos presentes

• Finalmente, ergueu-se no ar e começou a desmaterializar-se, desaparecendo primeiro os pés, depois a perna e o abdómen, peito, braços e, por último, a cabeça

• Depois da aparição se ter desmaterializado verificou-se que Mirabelli continuava firmemente atado à sua cadeira e que os selos colocados nas portas e nas janelas estavam inviolados.

• As fotografias que acompanharam o relatório mostravam Mirabelli e a aparição na mesma chapa fotográfica.

Numa outra sessão e sob condições controladas, o próprio Mirabelli se desmaterializou e foi depois encontrado noutro quarto. Os selos colocados nas suas algemas, bem como os colocados nas portas e janelas da sala de sessões, encontravam-se intactos (Inglis 1984:226).

14. A Magnífica Helen Duncan

‘Os factos muitas vezes parecem incríveis apenas porque estamos mal informados e deixam de parecer maravilhosos quando o nosso conhecimento é acrescido.’
Sir Francis Bacon

Helen Duncan foi a mais magnífica das médiums de materialização da Escócia e uma das mais importantes mulheres da História:

• O Governo Britânico, indirectamente, reconheceu a sua desmaterialização como genuína – ela tornou-se um ‘risco para a segurança nacional’ da Inglaterra durante a guerra.

• O Governo Britânico cometeu dois dos mais ultrajantes actos criminosos da históris legal Inglesa contra esta altamente dotada médium

• O Ministério do Interior Britânico tem hoje os poderes para reparar a situação, embora retroactivamente, e absolver, de forma completa, uma das mais poderosas médiums da História

Duante a Segunda Guerra Mundial, em Janeiro de 1944, o Almirantado Inglês decidiu que não poderia continuar a permitir que Helen Duncan, uma médium dotada, continuasse a materializar inteligências do pós-vida para revelar informações Ultra Secretas. Era um momento crucial da Segunda Guerra Mundial, imediatamente, antes do desembarque na Normandia.

Ao longo dos anos da guerra, Helen Duncan reuniu muitas famílias enlutadas com soldados que tinham morrido. Numa dessas sessões, em Portsmouth, um marinheiro materializou-se e encontrou-se com sua mãe. Ele informou a audiência que o seu barco, o HMS Barham, tinha sido, recentemente, afundado. O editor do Psyche News, Maurice Barbanell, inocentemente, telefonou para o Almirantado para confirmar se isso era verdade e se também era verdade que o Almirantado não tinha avisado a mãe da perda do filho. Os serviços secretos navais ficaram furiosos porque, por razões de segurança e para manter a moral pública elevada, a notícia sobre o afundamento do navio tinha sido suspensa e classificada como ‘Ultra Secreta’.

A Segurança Nacional pensou que uma médium do calibre de Helen Duncan poderia, muito fácilmente, ter acesso à informação considerada a mais secreta de todas que era o ponto de desembarque na Europa no Dia D. Pode-se compreender as preocupacões do Almirantado quanto ao secretismo de tão importante evento.

O que não se pode compreender é como o Almirantado tratou com uma mulher tão frágil que tinha seis filhos e um marido diminuido físico para sustentar, pondo-a na prisão por nove meses. O modo como o Almirantado conspirou para pô-la afastada foi ultrajante, imoral, inconsciente, violando todos os direitos humanos e legais de um ser humano, que nada fizera senão ajudar pessoas a comunicarem-se, face a face, com os seus entes queridos que tinham falecido e que estavam vivendo no pós-vida.

Helen Duncan foi presa em Janeiro de 1944, elaboradamente acusada de mediunidade fraudulenta e sentenciada a nove meses de prisão. Na prisão recebeu a visita de Winston Churchill que, horrorizado com o que tinha acontecido, prometeu revogar o Decreto sobre Bruxaria sob o qual ela tinha sido acusada. Ele manteve a sua promessa e, depois da guerra, o Espiritualismo passou a ser uma religião legal no Reino Unido.

A acusação criminal e o Tribunal ‘Canguru’

Num Tribunal ‘Canguru’ o acusado é culpado mesmo antes do julgamento começar. Inevitavelmente, não há processo formado, não existe defesa real, não existe justeza, nem equidade, nem justiça.
Processualmente, o depoimento das testemunhas do acusado não são aceites e o acusado não tem o direito de se defender a si próprio. A condenação transforma-se num linchamento e a violação da justiça natural é deliberada e manifesta e é executada com extremo prejuízo. Naturalmente, não haverá nenhum apelo possível.

Isso foi, precisamente, o que aconteceu com Helen Duncan:

• O informador que se ‘queixou’ de Helen Duncan à Polícia e que conduziu à sua acusação foi identificado como um oficial do Almirantado.

• A Polícia assaltou a casa de Helen Duncan quando ela estava em sessão e em transe, no intuito de encontrar panos brancos, barbas postiças e outra parafernália destinada a personificar os espíritos. Não encontraram nada. Não havia nenhuma prova de que se estivesse a praticar fraude.

• A Polícia, ilegítimamente e com conhecimento de causa, utilizou a presunção de fraude e a brutal e gratuita violência física contra uma indefesa mulher espiritual ao serviço da comunidade, enquanto ainda sob transe.

• O Almirantado estava determinado em mandá-la para a prisão, certificando-se que ela seria julgada por algo a que correspondesse uma pena de prisão.

• Depois de alterar a acusação por algumas vezes, a Polícia fabricou uma elaborada acusação contra Helen Duncan baseada numa velha lei estatutária do Decreto sobre Bruxaria do Rei Jorge II, de 1735 – promulgada quando as ‘bruxas’ eram ainda queimadas vivas na Europa. A Inglaterra parou de assassinar as ‘bruxas’ em 1722.

• A Polícia levou o caso para o Old Baley onde os amigos de Helen Duncan teriam protestado contra o juíz ultra conservador e obsequioso e o corpo de jurados constituido por seguidores fanáticos, especialmente escolhidos a dedo pela sua subserviência e pela aceitação a priori de que a acusada seria considerada culpada conforme a acusação.

• A Helen Duncan foi, técnicamente, recusada a devida formação de processo judicial, negada justiça natural e negado o direito de se defender adequadamente.

• A Helen Duncan foi de novo recusada justiça natural, negada igualdade constitucional e negado o justo direito, entre outros, de demonstrar que a materialização era uma realidade – a própria Corôa já a tinha acusado de fraude, dizendo que a materialização não poderia ser real.

• Uma vez que Helen Duncan tinha que ser afastada, independentemente de quem a defendesse, tratava-se de um fait accompli -–ela já tinha sido considerada culpada mesmo antes do julgamento começar. Qualquer pessoa com experiência em investigação criminal, a nível superior, saberá, imediatamente, que isto é verdade.

• As Associações Jurídicas Inglesas e Escocesas, conjunta e separadamente, exprimiram o seu desgosto pelo malogro e o ‘carnavalesco’ da justiça na tragédia de Helen Duncan, cobardemente, levados a cabo por burocratas violentos, por forma a infligir indizíveis prejuizos a uma pessoa espiritual.

Das circunstâncias que rodearam o julgamento de Helen Duncan:

• Helen Duncan teria sido, completamente, ignorada se o Governo não tivesse aceitado na íntegra os dotes dela na comunicação com o pós-vida,

• Técnicamente e por imputação, o Governo Britânico tinha aceitado que a materialização era uma realidade e que Helen Duncan o tinha provado, objectivamente, com a materialização do marinheiro e de outros,

• Pela sua conduta o Governo também aceitou que era possível que inteligências do pós-vida nos passassem informações na Terra,

• Pelas razões acima o Governo NÃO permitiu a liberdade sob fiança de Helen Duncan condenada sob tão mesquinha e arcaica acusação. Até mesmo a assassínios eram concedidas fiança mas, em tempo de guerra, isso não era permitido a alguém com tão genuínos poderes mediúnicos,

• Como um ‘risco para a seguranca’ Helen Duncan tinha que ser afastada.

De tremenda significância:

• No seu julgamento, todas as 41 testemunhas da defesa de Helen Duncan atestaram que tinham tido encontros com entes queridos em sessões de materializaçao,

• Isto significa que, sob juramento e para a posteridade, testemunhas altamente credíveis declararam, no Old Baley, em termos bem claros que, por experiência própria, aceitavam a existência real da materialização, por terem tido encontros com entes queridos,

• Nenhuma das testemunhas da defesa foram ‘apanhadas’ em investigações cruzadas,

• É imaterial que os membros do júri tenham ou não aceite os testemunhos. O facto é que, numerosas pessoas altamente credíveis tinham tido a coragem de enfrentar os líderes do ‘establishment’ que cometeram graves erros de julgamento. Foram para o Tribunal e disseram a verdade, toda a verdade e nada mais senão a verdade, acerca da realidade da materialização e de como se encontraram com entes queridos devido à Materialização Mediúnica de Helen Duncan,

• A causa da Corôa consistia em dizer que Helen Duncan, ou cúmplices dela, teriam pretendido ser todas essas ‘materializações’, vestindo-se com um pano, usando barbas postiças, perucas, etc. Mas, quando a Polícia interrompeu de assalto a sua sessão, com ela em transe e a produzir materialização, não encontraram nenhum pano, barbas postiças, perucas, cúmplices – ou qualquer prova que apontasse para a existência de fraude.

 

 

Depoimentos típicos de 4 das 41 testemunhas da defesa

• A enfermeira Jane Rust testemunhou, sob juramento, no Old Baley, entre outras coisas, que ela, através de Helen Duncan, se encontrou de novo com um ente amado – o seu esposo que se materializou do pós-vida e a beijou. ‘Nunca tive tanta certeza duma coisa em toda a minha vida’ disse ela. Declarou que tinha estado a indagar por cerca de 25 anos, como uma céptica, mas foi apenas depois de conhecer Helen Duncan é que ela foi capaz de, efectivamente, se reencontrar com entes queridos, incluindo sua mãe que tinha falecido (Cassirer 1996:68).

• Um oficial da Força Aérea, de patente bastante elevada, o Comandante de Esquadrilha George Mackie, declarou, sob juramento, que, graças aos dotes de materialização de Helen Duncan, ele, efectivamente, se encontrou com os seus já falecidos pai, mãe e irmão (Cassirer 1996:72-115).

• James Duncan (sem parentesco com Helen), um joalheiro, que tanto ele como sua filha assistiram à materialização de sua esposa por oito vezes, em diferentes ocasiões, sob boa luz. Duncan viu-a de perto, a cerca de 4 metros, e eles falaram de assuntos domésticos incluindo uma projectada emigração para o Canadá de que eles tinham mantido segredo. Ele não tinha nem uma sombra de dúvida de que a voz era a de sua esposa. Também disse ter visto materialização de seu pai que tinha cerca da sua altura e usava barbas, bem como da sua mãe (Cassirer 1996:103).

• Mary Blackwell, Presidente da Sociedade Espiritualista Pathfinder, na Baker Street de Londres, testemunhou ter assistido a mais de 100 sessões de materialização com Helen Duncan, em cada um dos quais 15 a 16 entidades diferentes do pós-vida se materializavam. Ela testemunhou ter presenciado formas espirituais conversando com os seus parentes em Francês, Alemão, Holandês, Galês, Escocês e Árabe. Ela declarou que ela própria assistiu à manifestação de dez dos seus parentes mais próximos incluindo o seu marido, a sua mãe e o seu pai, tendo visto a todos de perto, tendo-lhes tocado (Cassirer 1996:87).

Alguns anos mais tarde, uma equipa de mágicos liderada por William Goldston – fundador do Clube dos Mágicos – levou a cabo uma sessão experimental com Helen Duncan. Goldston e os seus colegas ficaram estupefactos quando o seu comum amigo, o mágico ‘O Grande Lafayette’ se materializou e lhes falou na sua própria voz. Goldston escreveu um relatório sobre o acontecimento para o Psychic News em que ele confirma que a mediunidade de Helen Duncan era genuína e que nenhum mágico poderia sequer duplicar os fenómenos que ele e os seus colegas tinham presenciado (Roll 1995:19).

A Morte de Helen Duncan

Em 1956, a Polícia de Nottingham interrompeu de assalto uma sessão que Helen Duncan estava a dar. A Polícia bateu à porta de uma casa privada sem um mandato de busca, apenas com a desculpa de que, dois polícias que assistiram a uma sessão anterior, supostamente, se teriam queixado dela. A Polícia, técnicamente, tinha conhecimento de que, por norma, a materialização é efectuada na semi obscuridade e que, se as luzes são acesas, de repente, poderão ocorrer graves ferimentos ou mesmo morte ao médium. Quando foram permitidos entrar na casa dirigiram-se, imediatamente, ao cubículo da médium, agarraram-na e tiraram fotografias com flashes.

O assalto premeditado causou a morte de Helen Duncan (cinco semanas depois do assalto). As circunstâncias que rodearam este caso demonstram a necessidade de uma investigação judicial, uma vez que:

• A Polícia actuou fora da sua área de jurisdição e dos seus poderes,

• A Polícia sabia que se estavam a produzir materializações

• A Polícia de Nottingham, com conhecimento de causa, premeditada, deliberada e intencionalmente actuou de tal forma que seguramente teria causado forte comoção, infligido ferimentos e, em último caso, provocado a morte a Helen Duncan.

• A Polícia actuou com brutal indiferença, extremo preconceito e usou de força desnecessária e excessiva contra um grupo de pessoas que participavam num serviço religioso legal; os participantes foram detidos e questionados por mais de noventa minutos depois do assalto.

• Do assalto da Polícia nada resultou que pudesse servir para incriminar Helen Duncan ou alguém presente à sessão de qualquer transgressão à lei.

Sem dúvida que os dotes psíquicos singulares de que disfrutava Helen Duncan, que constituem prova da sobrevivência, e o seu serviço à comunidade fazem dela uma das mulheres mais importantes da História.

Considerando os embaraçosos e relevantes factos, que não estão em disputa, o assunto primordial é como é que o Governo Britânico vai poder mostrar ao Mundo que os Britânicos têm um forte sentido de justiça, equidade e justeza – mesmo que sejam necessários cinquenta anos para corrigir o que se cometeu de errado.

A Grã-Bretanha tem que provar que em todos os tempos o seu sentido de justiça foi, fundamentalmente, diferente do dos regimes nazis de Hitler ou do regime comunista de Stalin. Em conformidade com isto, os Britânicos teriam que absolver Helen Duncan, de forma completa, e desculpar-se pela perseguição que culminou com a sua morte. Apenas como último recurso, deveria ser considerada uma petição internacional a favôr de Helen Duncan.

Alternativamente, o assunto poderia ser levado à Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos para apreciação. Não obstante alguns problemas de índole jurisdicionais e técnicos de tempo, um pedido a requerer permissão para ser concedida audiência ao assunto poderia ser feito. Já existem precedentes em que a Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos anulou decisões de Tribunais Ingleses. Isto porque a Grã-Bretanha se tornou subordinada em jurisdição e em jurisprudência à Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Europa.

Mesmo no caso do Governo e das Nações Unidas não darem resposta, poderia haver uma simbólica absolvição por um grupo representativo das pessoas preocupadas, em todo o Mundo, no local de nascimento de Helen Duncan. Uma placa ou uma declaração poderia ser dedicada a esta moderna mártir do psiquismo e a todos os genuínos psíquicos femininos e outros médiums ao longo dos séculos que, repetidamente, provaram a sobrevivência e foram condenados pelas Forças da Ignorância e das Trevas.

Isto é assim porque o chorrilho de mentiras que foi necessário para culpabilizar Helen Duncan, a coberto de um arcaico Decreto sobre a Bruxaria e o brutal homicídio de Helen Duncan, ser tão mau como a injustiça de julgar Joana d’Arca como bruxa. E, se a altamente conservadora Igreja Católica Romana já absolveu a psíquica Joana d’Arca de todas as culpas, o Governo Britânico bem poderia seguir o exemplo do Vaticano e absolver, totalmente, Helen Duncan.

O Ministro do Interior da Grã-Bretanha tem, hoje, os poderes suficientes para remediar a situação, embora retractivamente, e absolver por completo uma das mais importantes mulheres da História.

15. Mediunidade de Voz Directa

‘Penso que posso, seguramente, afirmar que sou o médium mais testado que este País jamais produziu… já fui encaixotado, amarrado, algemado, amordaçado, atado e detido e mesmo assim ‘as vozes’ continuam a vir transmitir a sua mensagem de vida eterna.’
Leslie Flint

Os médiums de voz directa têm uma dom raro. Os que ‘morreram’ podem ser ouvidos com as suas vozes originais; não utilizam a caixa de voz ou os órgãos vocais do médium mas, falam através de uma caixa de voz artificial construida com o ectoplasma subtraído do corpo do médium.

Um dos maiores médiums de voz directa do Reino Unido foi John Sloan. Por muito tempo ele conduziu sessões gratuitas para um pequeno grupo de amigos. Um dos seus assistentes, de longa data, foi Arthur Findlay que produziu o livro clássico mundial On the Edge of the Etheric (Findlay 1931) uma análise científica sobre a comunicação com entidades do pós-vida.

Neste livro, Findlay descreve como presenceou a sua primeira sessão com John Sloan. Ele conjecturava sobre as motivações que poderiam levar um homem trabalhador, que nada cobrava pelas suas sessões, a levar a cabo uma impostura durante mais de três horas, enquanto que em estado de aparente inconsciência. Ele informou que tinha ouvido mais de trinta vozes de timbre e sotaque diferentes, que deram os seus nomes, as suas moradas correctas na Terra e falaram às pessoas certas que as reconheciam e falaram de problemas familiares íntimos. Em várias ocasiões ele ouviu duas ou três vozes falando ao mesmo tempo. Nunca, durante toda a noite, houve sequer um erro.

Findlay, então, conta a prova que ele, pessoalmente, achou extraordinária:

Um homem sentando junto a mim disse-me: ‘Alguém quer falar consigo, amigo’, e assim eu disse: ‘Sim, quem és tú?’ “Teu pai, Robert Downie Findlay”, respondeu a voz e depois continuou referindo-se a algo que só ele e eu e ainda uma outra pessoa sabíamos, e, essa outra pessoa, como o meu pai, havia já falecido há alguns anos. Eu era, por conseguinte, a única pessoa viva com conhecimento daquilo a que a voz se referia. Isso foi, suficientemente, extraordinário mas, a minha surpresa foi ainda maior quando, depois do meu pai ter terminado, uma outra voz, que se deu pelo nome de David Kidson, o nome da outra pessoa que sabia do assunto, continuou a conversa que o meu pai tinha começado. Nenhum sistema de espia, por mais complexo que fosse, nenhuma representação por parte do médium ou por eventuais cúmplices poderia justificar isto. E mais, eu era um estranho completo para todos os presentes. Não dei o meu nome quando entrei na sala, não conhecia ninguém na sala e ninguém me conhecia ou sabia algo a meu respeito. Esse foi o meu primeiro encontro com John C. Sloan (Findlay 1931:58-59).

Arthur Findlay continuou, depois deste primeiro encontro, e por muitos anos, a investigar o fenómeno psíquico e a escrever algumas das maiores obras clássicas da investigação psíquica, nomeadamente, Where Two Worlds Meet , The Way of Life , The Rock of Truth , The Unfoilding Universe , The Psychic Stream , The Curse of Ignorance e Looking Back .

Leslie Flint

Um outro médium de voz directa que, recentemente, foi, minunciosamente, testado foi Leslie Flint. Na sua presença, enquanto em transe, com a boca fechada e amordaçada ou, então, cheia de água:

literalmente, milhares de vozes diferentes de pessoas desencarnadas foram gravadas para a posteridade, falando dialectos diferentes, línguas estrangeiras, desconhecidas para mim e até línguas que já não são faladas na Terra (Flint 1971:170).

Na sua biografia Voices in the Dark , Flint descreve como foi ‘encaixotado, amarrado, algemado, amordaçado, atado e detido e, mesmo assim, essas vozes continuam a vir transmitir a sua mensagem da vida eterna’ (Flint 1971:169). Flint descreve como deu sessões improvisadas em quartos de hotel, em casas de estranhos, em países estrangeiros, em vestíbulos, teatros e igrejas.

O Psychic News de 14 de Fevereiro se 1948 relata, em detalhe, uma experiência em que ele conduziu uma sessão, tendo a boca tapada com fita adesiva à volta dos lábios, tiras de gaze passadas à volta da fita, e os pés e mãos atados à cadeira. Os observadores concluiram que, apesar dessas restricções, as vozes cedo começaram a falar com a sua usual claridade e até em voz alta. Cerca de doze pessoas na sala ouviram mais do que o suficiente para se convencerem, por mais obstinados cépticos que fossem, que mordaçar Mr. Flint em nada evitou que as vozes de entidades invisíveis continuassem a fazer-se ouvir, dizendo o que bem desejavam. No final da experiência eles verificaram que a mordaça e as cordas estavam intactas e sem sinais de terem sido tocadas.

As informações vindas nas sessões de Flint não eram, como pretendem alguns críticos, sugestões vagas que se podiam aplicar a qualquer pessoa. Tome, por exemplo, a seguinte troca de informações entre um jóvem alistado na Força Aéréa, morto na Segunda Guerra Mundial, e os seus pais. O jóvem tinha-se manifestado numa sessão a que assistiu Lord Dowding, dando o seu nome como sendo Peter William Handford Kite e pedindo que os seus pais fossem contactados num endereço que forneceu. Os pais aceitaram o convite para assistir a uma sessão seguinte e, ao fim de quase quarenta minutos, Peter manifestou-se e, na sua própria voz, contou-lhes:

• uma anedota sobre a compra de um cão Lobo de Alsácia que ele fez antes de morrer

• que sua mãe tinha posto na sua carteira, nessa manhã, uma fotografia sua e outras da sua campa na Noruega,

• como ele gostava da cerejeira que tinham plantado no jardim dedicado à sua memória

• que a sua cama não tinha sido feita nos seis anos seguintes à sua morte

• que ele não gostava do papel de parede do seu quarto

• que o pai ainda conduzia o mesmo carro, embora fosse apertado demais para ele

Os pais confirmaram que todas estas informações era correctas (Flint 1971:140-143).

Flint descreveu a sua amarga desilusão com parapsicólogos no seguinte trecho:

Quando comecei a permitir ser testado fui suficientemente ingénuo ao acreditar que, se os testes se mostrassem positivos, os cientistas e os pesquisadores que os tivessem levado a cabo, sob as suas próprias condições, proclamariam a verdade sobre a vida depois da morte a todo o Mundo. Muito cedo acabei por concluir, da forma mais penosa, que, muitos daqueles que se chamam a si próprios pesquisadores, possuem os seus próprios valores imutáveis que excluem qualquer crença nos desígnios e propósitos da vida humana ou na possibilidade de vida depois da morte. A preocupação deles era, tão sómente, refutar a realidade das minhas vozes e, para isso, postulariam quaisquer alternativas, por mais extravagantes ou absurdas que fossem, antes de admitir as implicações do sucesso das suas próprias experiências (Flint 1971:169).

Flint refuta os cépticos

Flint dá alguns exemplos de absurdas teorias avançadas por estes pesquisadores psíquicos. Uma delas dizia que as vozes não eram reais mas antes produzidas por uma combinação de poderes hipnóticos da parte do médium, com a alucinação geral dos assistentes no auditório. Isto foi refutado quando as vozes foram gravadas (Flint 1971:167). Uma outra teoria era a de que Flint seria ventríloquo. Isto também foi refutado quando se colocou um microfone na sua garganta de modo que, ao mais pequeno som produzido pela sua larínge seria, enormemente, ampliada enquanto que observadores o observavam com a ajuda de telescópios de infra-vermelhos (Flint 1971:168). Quando lhes faltaram argumentos estes pesquisadores psíquicos avançaram a ideia de que Flint tinha a capacidade de falar através do estômago (Flint 1971:163).

Para os outros que, incapazes de pensar em qualquer outra explicação, continuam a alegar fraude, Flint tem isto a dizer:

Tem sido sugerido que eu poderia ter um canal de duas vias ligado a um outro quarto onde, cúmplices meus imitariam as vozes dos que partiram desta vida ou que eu poderia esconder, algures, gravadores que reproduziriam as vozes, préviamente, gravadas dos mortos. É inumerável o número de engenhosos truques que já me foram atribuidos por aqueles determinados em não acreditar e que, com mais frequência do que se poderá imaginar, nunca se sentaram a uma das minhas sessões. Se eu fosse a prestar qualquer atenção a essas leviandades vindas de pessoas tão ridículas e obstinadas, eu poderia, com justiça, perguntar-lhes como é que essas imitações de vozes ou gravadores escondidos poderiam manter uma tão longa conversa, nos dois sentidos, com assistentes em que o volume dos detalhes pessoais e reminescências por parte das entidades desencarnadas constituem um enorme volume de provas do seu ou da sua existência contínua. Eu poderia também perguntar a esses cínicos teimosos como é que os meus cúmplices, por mais talentosos que fossem, conseguiriam imitar vozes reconhecíveis duma esposa ou de um marido ou outros parentes falecidos de participantes às minhas sessões que bem poderiam ter chegado, recentemente, da Austrália, Índia ou Timbuktu. Não desperdiço, contudo, as minhas preciosas energias trocando palavras com cépticos que estão tão mal informados como cheios de preconceitos. Eu e os muitos milhares que têm assistido às minhas sessões sabemos onde está a verdade (Flint 1971:170).

Um dos peritos que investigou Leslie Flint e que de forma rigorosa garantiu a sua autenticidade, foi o Professor William R. Bennet, professor de Engenharia Electrica na Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Como os engenheiros são pessoas altamente práticas, normalmente pouco propensas a imaginações super-activas, o seu testemunho, é altamente credível:

A minha experiência com Mr. Flint foi directa. Ouvi as vozes independentes. Mais ainda, as modernas técnicas de investigação que não eram então disponíveis, corroboram as prévias conclusões, indicando que as vozes não eram dele. Mas, para se ser rigoroso, ter-se-á que considerar a possibilidade de cúmplices vivos... Esta sugestão tornou-se insustentável, para mim, durante a sua visita a Nova Iorque em Setembro de 1970, quando, numa sessão de surpresa no meu apartamento, as mesmas vozes não só apareceram mas, também tomaram parte nas conversas com os meus convidados (Flint 1971:220).

Acrescidas provas da honestidade de Leslie Flint e da genuidade das vozes que ele produzia são dadas por um estudo notável levado a cabo pelos dedicados pesquisadores, George Woods e Betty Greene. Todas as semanas, ao longo de desassete anos, de 1953 até 1970, Woods e Greene se sentaram com Flint em sua casa, em Londres, para gravar centenas de vozes diferentes, em tonalidades e dialectos diferentes, relatando do que lhes tinha acontecido quando morreram. Um excelente resumo das suas descobertas está contida no livro de Garry Williams A Life Beyond Death (1989) no Capítulo intitulado O Outro Lado.

16. Um médium moderno que confunde os cépticos

‘Eu e Edison estamos convencidos de que, no campo das investigações psíquicas, haverá descobertas ainda por fazer e que que virão a provar-se de muito maior significado para a raça humana do que todas as invenções alguma vez feitas no campo da electricidade’
Dr. Miller Hutchinson, Assistente de Edison

Um dos médiums Americanos contemporâneos mais famosos, George Anderson, foi minunciosamente testado pelo apresentador de rádio e televisão de Nova Iorque, Joel Martin, que disse que, em 1980, quando ele foi apresentado a Anderson:

Nunca tomei nenhuma posição em relação ao paranormal, que não significasse apenas a denúncia pública de fraudes (Martin J. e Romanowski P. 1988:1).

Martin tinha intervistado, nos seus programas, muitos dos chamados psíquicos e arrivistas. Ele tinha desmascarado o famoso Amityville Horror como uma burla psíquica e, quando lhe falaram sobre George Anderson a sua resposta foi: ‘Eu vou expô-lo como um burlão num minuto.’

Mas George Anderson fez-lhe uma leitura que o deixou chocado:

George foi exato acerca de tudo. Não generalizou nem houve ambiguidade. Ele sabia de coisas – nomes, detalhes, acontecimentos, opiniões, até gestos que ninguém mais poderia conhecer. Como é que ele fez isso? …’ escreveu ele. ‘Revivi a leitura várias vezes, procurando na minha memória algo que provasse a utilização de truques. George tinha trabalhado num quarto todo iluminado, não tinha entrado em transe e parecia tão seguro de tudo… Eu tive que admitir que algo se estaria a passar. Isso contrariava tudo o que eu tinha aprendido a acreditar acerca da ciência e da religião e da natureza da vida em si mesma’ (Martin J. e Romanowski P. 1988:64).

Martin contactou, de imediato, o seu colega de longa data, Stephen Kaplan, um parapsicólogo de reputação mundial, ‘que abordou o assunto do paranormal com mais cepticismo do que ninguém que eu tenha alguma vez conhecido’, escreve Martin. Ela sentia verdadeiro prazer em desmascarar, públicamente, os burlões (Martin J. e Romanowski P. 1988:65).

Kaplan assegurou-lhe que, se bem que ele acreditasse na existência de alguns médiums dotados no século vinte, tais como Edgar Cayce, Arthur Ford e o Brasileiro Arigo – a maioria que ele tinha encontrado eram mistificadores ou mágicos que eram incapazes de se sugeitar, em público, a testes com alguma hipótese de sucesso.

Martin fez com que o seu amigo telefonasse a Anderson, anónimamente, de uma cidade distante. Não tendo ouvido senão a voz de Kaplan dizendo ‘Alô!’, George foi capaz de lhe dar informações que quer Kaplan, quer Martin mais tarde descreveram como notável. “Eu diria que ele é genuino’ concluiu Kaplan depois de encorajar Martin a conduzir testes adicionais (Martin J. e Romanowski P. 1988:69).

Nos sete anos que se seguiram, Martin fez com que Anderson aparecesse na rádio e na televisão ao vivo, fazendo milhares de leituras para pessoas, completamente, estranhas que telefonavam para a rádio, sem dar qualquer identificação nem à estação nem ao apresentador. Depois das leituras havia investigadores que investigavam o grau de acuidade das leituras com as pessoas que tinham telefonado. As suas conclusões?

George Anderson tinha um grau de exactidão de entre os 86 e os 95 por cento. Falando a totalmente estranhos, ele demonstrou, persistentemente, a sua capacidade de dar nomes, detalhes do modo como um ente querido tinha morrido, alcunhas pessoais, alusões a experiências compartilhadas, leituras do futuro com precisão, detalhes de problemas de saúde, etc. E muitas das chamadas que falharam em termos de precisão ficaram a dever-se a eventos futuros, não conhecidos, na altura, pelos intervenientes ou ao facto de que os intervenientes poderiam estar demasiado pouco à vontade para admitir como verdadeiros factos referentes a detalhes, por exemplo, duma relação extra-matrimonial ou abortos.

Martin testou Anderson em termos de consistência, fazendo com que os sete membros da família de um rapaz que tinha sido morto num acidente de viação o contactassem, anónimamente, em quatro ocasões distintas. E todas as ocasiões Anderson foi capaz de confirmar com precisão e repetir a informação que tinha dado préviamente a fim de identificar qual o membro da família que tinha estado presente em cada ocasião.

Testes posteriores concebidos por um especialista de computadores para detectar se George Anderson tinha níveis elevados de telepatia ou capacidade precognitiva mostraram que ele não era melhor do que a média das pessoas, eliminando, deste modo, qualquer possibilidade de ele estar fazendo leituras telepáticas (Martin J. e Romanowski P. 1988:142).

Num dos testes levados a cabo ao vivo na rádio, por um psicólogo, calculou-se que a probabilidade de George determinar dois factos acerca de 13 espíritos – a sua idade e a relação com o radio ouvinte – era de 1 para 6.044. Mas, em muitos casos, Anderson foi capaz de acertar em 11 ou 12 factos, com um grau de acuidade de 90% (Martin J. e Romanowski P. 1988:146).

George Anderson é o último duma longa lista de médiums talentosos que se dispuseram a colaborar com a ciência e enfrentar qualquer céptico, frontalmente. Joel Martin, constantemente, desafiou os cépticos teimosos e imoderados a ‘pôr Anderson à prova’. Tudo o que ele pedia, disse, era que assumissem uma atitude de cepticismo de espírito aberto e que viessem para a sessão para discutir, em público, o que tinham descoberto contra ou a favôr (Martin J. e Romanowski P. 1988:109).

‘Desde que George veio para o meu programa de rádio, em 1980’, escreve Martin, ‘fui contactado por muitas pessoas interessadas em desacreditá-lo. Entre os que aceitaram o nosso convite para aparecer em público, juntamente com George, nenhum conseguiu explicar, mesmo que hipotéticamente, como é que George conseguia obter o conteúdo das suas mensagens que não fosse por meio da comunicação com espíritos’ (Martin J. e Romanowski P. 1988:11).

Os cépticos e os desmascaradores tentaram, duramente, ignorar George Anderson, assumindo que ele não existia.

‘O meu pessoal foi uma vez contactado por um dos mais notórios desmascaradores do país que, por acaso, era também ser um magico’, escreve ele. ‘Ficámos contentes por tê-lo na nossa sessão com George mas, por alguma razão, ele nunca apareceu’ (Martin J. e Romanowski P. 1988:107).

Numa outra ocasião, Martin foi contactado por um furioso Dr Abrams, um psiquiatra num estabelecimento estatal de saúde mental, que exigiu que lhe dissessem se George Anderson seria uma fraude. Quando Martin o convidou a investigar por ele próprio, eles concordaram que Abrams levaria a cabo os seus próprios testes e que, se concluisse que ele era genuíno, aparecia no programa de rádio, ao vivo, para admiti-lo. Alguns meses depois, Abrams apareceu para uma sessão com Anderson. Vinha todo sujo, com a barba por fazer e tresandando a álcool. Anderson, rápidamente, o reconheu como um profissional e disse-lhe que, por cima da sua cabeça ele via um quadro de Sigmund Freud. Abrams chegou de telefonou para Joel Martin para confirmar a autenticidade das capacidades de Anderson. Contudo, quando chamado a cumprir a sua promessa de ir para a rádio em directo, ele respondeu:

Não sei se serei capaz de cumprir essa parte da minha promessa, embora eu acredite que as capacidades de Anderson sejam autênticas… Para lhe ser franco, Mr. Martin, receio que os meus colegas nunca compreendam ou aceitem que eu tenha falado públicamente. Lamento muito (Martin J. e Romanowski P. 1988:110).

17. Provas Irrefutáveis – Correspondência Cruzada

‘A mais convincente das provas da vida depois da morte alguma vez posta por escrito’
Colin Wilson

Nos primórdios da investigação do fenómeno psíquico, os críticos costumavam argumentar que as informações transmitidas através dos médiums, como prova do pós-vida, poderiam vir do próprio inconsciente do médium ou da leitura da mente dos participantes às sessões.

Contudo, esta posição foi agora dramáticamente alterada. A pesquisa psíquica no específico campo do papel do insconsciente obteve grande sucesso ao demonstrar que, tratando-se de médiums genuínos, o seu inconsciente nada tinha a ver com as informações transmitidas do pós-vida. Nem estaria também envolvida a ‘telepatia’ entre o médium e o assistente.

As ‘Correspondências Cruzadas de Myers’ tornaram-se agora numa prova clássica da sobrevivência e têm sido bastante influentes e persuasivas no auxílio a muitas pessoas desejosas de entender a vida depois da morte.

O antigo humanista secular Colin Brookes-Smith teve a preocupação de estudar as Correspondências Cruzadas, em profundidade. Depois de estudá-las, declarou na revista do Society for Psychical Research que a sobrevivência deveria, agora, ser considerada como um facto suficientemente bem estabelecido e irrecusável por qualquer pessoa razoável. Mais, ele argumentava que esta conclusão não deveria ser remetida para a obscuridade dos registos das experiências mas que deveria ser presente ao público como:

uma momentosa conclusão científica de importância primordial para a humanidade (Murphet 1990:64).

Frederick W.H. Myers foi Professor de Classicismo na Universidade de Cambridge no último quartel do século passado. Foi um dos pioneiros e fundadores do Society for Psychical Research e estava envolvido nas investigações sobre o pós-vida. Quando ainda vivo, tinha particular interesse em descobrir um modo de fornecer provas de que as informações transmitidas através dos médiums não poderiam ser originadas nos seus inconscientes.

O método que ele engendrou foi a correspondência cruzada – uma série de mensagens passadas a diversos médiums em lugares diversos do mundo que, separadamente, não teriam qualquer significado mas que, em conjunto, fariam sentido. Ele e os seus colegas do Society for Psychical Research acharam que, se tal pudesse ser conseguido, teria um ‘alto valor probatório’ e poderia ser uma prova de alto nível da continuidade da existência.

Depois dele morrer, em 1901, diferentes médiums em países diversos começaram a receber uma série de escritos incompletos através de escrita autómata assinada por Frederick Myers e, mais tarde, pelos seus colegas da direcção do Society for Psychical Research, Henry Sidgwick e Edmund Gurney quando esses também morreram.

Todos esses escritos eram acerca de obscuros assuntos clássicos e não faziam sentido cada um por si só. Mas, quando se pediu aos médiums que contactassem um enderço central e os escritos foram postos lado a lado, encaixaram-se como peças de um puzzle. Ao todo, mais de três mil trechos de escritos foram transmitidos ao longo de trinta anos. Alguns deles formavam mais de quarenta páginas dactilografadas de texto.

Os médiums utilizados por Myers e por outros do pós-vida, não eram mestres de classicismo. Não tinham educação aprimorada e todas as mensagens transmitidas estavam fora do âmbito da sua experiência ou saber adquirido. Numa ocasião um dos médiums, Mrs. Coombe-Tennat, estava a conduzir uma discussão utilizando ‘escrita autómata’ entre a entidade espiritual do Professor Sidgwick e o seu colega vivente G. W. Balfour sobre a ‘relação corpo-mente’, ‘epifenomenalismo’ e ‘interaccionalismo’. Ela queixou-se, amargamente, de que não tinha a mínima ideia do que estavam a falar e perdeu a calma quando lhe pediram para transmitir essas coisas difíceis.

Myers disse, de facto, que era extremamente difícil transmitir as suas mensagens do mundo espiritual através do médium. De facto, ele disse que era:

…como estar atrás de uma barreira de vidro fôsco, com a visão envoada e os sons abafados, ditando, débilmente, para uma secretária reluctante e, de certo modo, obtusa (Wilson 1987:176).

Depois da sua própria morte, em 1956, com a idade de 81 anos, esta mesma Mrs. Coombe-Tennant, usando o seu psedónimo, Mrs. Willett, transmitiu um longo e detalhado lovro das suas memórias pessoais, contendo incríveis detalhes da sua própria vida, ao médium Geraldine Cummins que nunca a tinha conhecido ou a seus filhos. Publicado com o nome de Swan on a Black Sea , os escritos de Willett, como às vezes também são conhecidos, são considerados por muitos, incluindo Colin Wilsom, como:

…a mais convincente das provas da vida depois da morte alguma vez posta por escrito (Wilson 1987:183).

As informações transmitidas durante as experiências de Myers eram tão rigorosas que espantaram os membros do Society for Psychical Research. Certa vez, os investigadores que pesquisavam a correspondência cruzada de Myers, contrataram detectives particulares para manter sob vigilância, Mrs. Piper, uma dos médiums involvidos nas experiências de Myers. A correspondência dela foi violada, foi seguida por detectives particulares, questionaram amigos dela e pessoas a quem ela falava. Todas as investigações apenas provaram a ausência de fraude, de conspiração ou truculência.

As provas são absolutas. Todos os documentos originais estão em arquivo para serem consultados por qualquer investigador. Para aqueles que queiram ter a iniciativa de pesquisar, existem informações suficientes. E, embora as informações sobre a correspondência cruzada à disposição do investigador sejam um desafio, a recompensa final são as provas da evidência do pós-vida.

Colin Wilson, ele próprio um anterior céptico, e agora um escritor de reputação internacional, investigou e escreveu:

Tomado como um todo, a correspondência cruzada e os trechos escritos de Myers estão entre as provas mais convincentes existentes presentemente, para provar a existência da vida depois da morte. Para aqueles que estejam preparados para devotar semanas ao seu estudo, eles provam, para além de qualquer dúvida, que Myers, Gurney e Sidgwick continuaram a comunicar-se mesmo depois da sua morte (Wilson 1987:179).

Utilizando os processos experimentais científicos, as correspondências cruzadas de Myers demonstraram, com êxito, que o que era transmitido pelo médium não era originado no seu próprio inconsciente.

18. Participantes por conta de outrem refutam a alegação de leitura da mente

‘Quando a ciência começar a estudar os fenómenos não-físicos, fará mais progressos numa década do que em todos os séculos de experiências’
Dr. Fred Hoyle, Cronologista Britânico


Um outro argumento que foi levantado nos dias primórdios da investigação psíquica era a de que os médiums obtinham as suas informações por telepatia das mentes inconcientes das pessoas que vinham assistir às suas sessões.

Os primeiros investigadores psíquicos ultrapassaram esta objecção através do que chamaram “participação por conta de outrem’ – em que uma pessoa que nada sabia duma outra pessoa tomava o seu lugar e ia assistir às sessões na vez dessa outra pessoa.

O Reverendo Charles Drayton Thomas, um ministro metodista que se tornou investigador psíquico, passou muito tempo como assistente em representação de outrem enquanto investigava a mediunidade de Mrs. Leanord, gravando os resultados para a Society for Psychical Research. Ele ia às sessões sabendo apenas o nome da pessoa que desejava a comunicação.

Numa ocasião, em 1936-37, Thomas foi a quatro sessões em representação de Emma Lewis, pessoa que ele não conhecia. Através da médium, Mrs. Leanord, conseguiu obter setenta peças de informação que Emma depois confirmou, sem qualquer dúvida, que quem se estava a comunicar era seu pai, Frederick William Macauley.

O leitor terá que ter em mente que o Rev. Thomas, que insistia em utilizar o método científico para avaliar o que estava a ser transmitido, investigou, minuciosamente, a médium Gladys Osborne Leanord, um dos médiums mais bem dotados deste século. Fomos informados que ele assistiu a mais de 500 sessões com ela por um periodo de vinte anos. Depois do falecimento de Mrs. Leanord, em 1945, ele juntou-se a Leslie Flint, o bem dotado médium de voz directa com quem fez um vasto e valioso trabalho.

A única possível objecção que um céptico poderá fazer em relação às sessões por conta de outrem, é fraude. Não existe outra explicação possível ou provável para as informações vindas através do médium acerca duma pessoa falecida e que não tinha nenhuma ligação, seja de que espécie fosse, com qualquer dos assistentes que estavam com o médium, na altura.

Mas, até hoje, passados cerca de cinquenta anos, ninguém foi capaz de sequer sugerir fraude nas sessões com assistentes por conta de outrem conduzidos pelo Reverendo Drayton Thomas. Uma vez mais, os investigadores psíquicos ficaram impressionados com a notável ausência de críticas a estas sessões com assistentes por conta de outrem.

O Professor Dodds, o racionalista da Society for Psychical Research de 1961-63, supervisionou uma série de sessões com assistentes por conta de outrem, com o médium Nea Walker e ficou muito impressionado. Ele concluiu:

A hipótese de fraude, dedução racional de factos revelados, telepatia do assistente presente e coincidência não podem, nem isolada, nem em combinação, influenciar os resultados obtidos (Dodds 1962).

Em relação às sessões com assistentes por conta de outrem, remete-se o leitor para o livro do Reverendo Drayton Thomas ‘Life Beyond Death With Evidence’ para informação directa sobre mais provas da sobrevivência à morte física.

19. A Ciência e as Experiências Fora do Corpo

‘O segredo já é de domínio público: a visão remota (Experiências Fora do Corpo) existe, funciona, já foi testado, provado e utilizado em espionagem por mais de duas décadas. As recentes admissões pelo governo (EUA) relativas à utilização de meios de guerra psíquicos são testemunhos cruciais e irrefutáveis de que o que eu aqui disse é a verdade…’
Major David Morehouse (EUA)

Um dos tópicos, correntemente, mais populares, para os investigadores psíquicos são as EFCs (Experiências Fora do Corpo) . As Experiências Fora do Corpo são um argumento poderoso e coerente de que sobrevivemos à morte física. Mais em particular, as EFCs continuam a somar-se ao volumoso número de provas de que a mente indestrutível é independente e distinta do cérebro físico. As EFCs deverão ser, sempre e necessáriamente, vistas em conjunto com as outras provas do pós-vida.

As EFCs acontecem quando o corpo duplo invisível duma pessoa, por vezes também chamado de corpo astral ou corpo etérico, consegue sair do corpo físico com plena consciência. Para a maior parte das pessoas não existe, absolutamente, nenhum controlo sobre as EFCs – elas apenas acontecem. A pessoa que experimente uma EFC não tem que estar doente ou moribunda. Os que tiveram uma Experiência Fora do Corpo, normalmente, aceitam que sobrevivem à morte física. Eles sabem que a razão pela qual regressam ao seu corpo físico é porque o seu corpo duplo invisível está ainda ligado ao corpo físico pelo cordão de prata. Quando o cordão de prata se deteriora irreparávelmente, o corpo invisível (para os olhos fisicos) continua a sobreviver no Mundo do Além.

As EFCs são um facto histórico e têm sido relatadas há mais de vinte séculos por todo o Mundo.

Para começar, algumas notas históricas das EFCs (brevemente):

• Os antigos Egipcios descreveram as EFCs e o corpo astral a que chamavam ‘ba”.

• Os rituais de iniciação aos mistérios Mitíacos utilizavam as EFCs.

• Platão referiu-se às EFCs de Er na sua República.

• Sócrates, Plínio Plutónio descreveram Experiências Fora do Corpo.

• Plutónio escreveu sobre como foi, por diversas vezes, elevado para fora do corpo.

• Plutarco descreveu uma EFC que aconteceu a Aridano no ano 79 a.c.

• O ‘Livro dos Mortes dos Tibetenos’ descreve um duplo do corpo físico, chamado ‘Corpo Bardo’, que se eleva para fora do corpo.

• O Budismo Mahayana reconhece a existência de um corpo duplo.

• Os Chineses antigos diziam que eram capazes de ter uma EFC depois de meditarem.

• Alguns shamans tribais dizem poder experimentar uma EFC quando querem.

• Os Índios Norte Americanos dizem que alguns deles têm a capacidade de efectuar EFCs.

• Os primeiros missionários na África e na América ficavam espantados com as tribos nativas que conseguiam ter conhecimento detalhado de tudo o que acontecia num raio de centenas de quilómetros em redor (veja Inglis 1977:30-35).

Algumas breves investigações:

• Yram, nascido como Marcel Louis Fohan (1884-1917) gravou, sistemáticamente, as suas EFCs - veja o seu livro Practical Astral Travel .

• Sylvan Muldoon, nos Estados Unidos, conjuntamente com Hereward Carrington, escreveu acerca dos seus anos de EFCs (1915-1950).

• Na Inglaterra, Oliver Fox registou as suas EFCs no seu livro Astral Projection (1920).

• J H M Whiteman, no seu livro The Mystical Life (1961), declarou que tinha tido mais de 2.000 projecções astrais.

• Em 1954, uma sondagem realizada pelo Departamento de Sociologia da Universidade Duke revelou que 27.1% tinham tido EFCs.

• Duas sondagens levadas a cabo por Celia Green em Universidades Inglesas, em 1967, revelaram que 19% e 34% tinham tido EFCs (Green 1967 e 1973).

• Estudos conduzidos por John Palmer e M Dennis, em 1975, revelaram que 25% dos estudantes e 14% dos residentes de Charlottesville, na Virgínia, garantiram ter tido EFCs.

Existe volumosa informação acerca das Experiências Fora do Corpo. As provas, a seguir, foram tiradas de relatórios sobre as pesquisas científicas sobre a EFC e de testemunhos sobre a existência de operações de EFC por Oficiais do Exército Americano de patente elevada e de alta credibilidade. Muitos dos casos referidos abaixo foram objectivamente verificados.

Pesquisas militares sobre as EFCs

Há mais de vinte anos que o Exército dos Estados Unidos tem tido um orçamento de setenta milhões de dólares por ano para a pesquisa psíquica, com especial ênfase para a ‘observação remota’ – o termo militar para as Experiências Fora do Corpo. A observação remota ocorre quando um habilitado projector astral se move para fora do seu corpo físico, viaja para uma área específica para observar um objectivo e depois regressa ao seu corpo físico para relatar o que viu.

Por assombroso que isto possa parecer àqueles que pouco conhecimento têm do fenómeno psíquico, esta e outras coisas ainda maiores foram já feitas e continuam a ser feitas nos Estados Unidos, na Rússia, na China. A França tem mantido silêncio sobre o assunto mas ela tem população e conhecimento psíquico avançado lhe lhe permite participar em observação remota.

No seu interessantíssimo livro Remote Viewers – The Secret History of America’s Psychic Spies (1997), Jim Schnabel cita um certo número de fontes altamente credíveis, incluindo um Presidente Americano, sobre a realidade das Experiências Fora do Corpo aplicadas a fins militares. Aqui vão alguns testemunhos extraordinários que já encontraram o seu lugar nos anais da história do fenómeno psíquico:

Nunca gostei de entrar em polémicas com os cépticos porque, se não acreditam que as EFCs são um facto, então é porque não estudaram a lição convenientemente.
Major-General Edmund R. Thompson, Adjunto para a Espionagem do Chefe do Estado Maior do Exército dos EUA, 1978-81, Director Adjunto para a Administração e Operações, DIA, 1982-84) (Schnabel 1997:cover).

Não é possível estar-se envolvido nisto, seja por que lapso de tempo fôr, sem que se convença de que existe algo por aí.
Norm J., antigo funcionário superior da CIA que dirigiu vários observadores astrais. (Schabel 1977:cover).

Havia ocasiões em que eles queriam carregar nos botões e despejar as bombas com base nas nossas informações.
Dr. Hal Puthoff, um antigo dirigente do programa de observadores remotos (Schabel 1997:cover).

Ela entrou em transe. E, enquanto em transe, deu-nos alguns números de latitude e de longitude. Focámos as câmaras do nosso satélite nessa direcção e o avião desaparecido lá estava.
O antigo Presidente Jimmy Carter, recordando uma operação de observação directa em 1978.

O Instituto de Pesquisas Stanford nos Estados Unidos foi o local onde muitas das pesquisas iniciais foram conduzidas. O Físico Hal Puthoff era o chefe do Programa de Observação Remota. Algumas das pessoas envolvidas nestas projecções astrais militares, observacões remotas (de acordo com Schnabel, 1997) incluiam:

• Almirante Stanfield Tuner, Director da CIA 1977-91;

• Major-General Ed Thompson, Adjunto do Chefe de Estado Maior para a Espionagem Militar. Ele tinha conhecimento especial de que os Russos tinham desenvolvido técnicas de fenómenos psíquicos que eram utilizadas para a espionagem militar por observação remota e hipnotismo telepático a longa distância;

• Sargento Meil Riley (1978-90);

• Sargento Lyn Buchanan, O Major Ed Dames e o Coronel John Alexander do Comando da Espionagem e Segurança do Exército dos EUA;

• talentoso observador remoto Ingo Swann que foi o primeiro sugeito dos testes de Puthoff sobre as EFCs;

• cientista da CIA Richard Kennet que trabalhou com Pat Price e Hal Puthoff;

• Keith Harrary, observador remoto de talento;

• John MacMahon, chefe do escritório de Serviços Técnicos da CIA de 1974-76 e, depois, Director Adjunto da CIA – ele era um grande apoiante da observação remota e tornou-se ele próprio um investigador – convenceu-se depois de ele próprio ter experimentado espantosos fenómenos psíquicos.

• Patrick Price, um psíquico de grande talento, independente mas, altamente consistente com a observação remota de Ingo Swann. Price, através de observação remota, descreveu com precisão ‘detalhes de uma instalação secreta do Pentágono nas colinas da cidade de Sugar Grove, na Virgínia Ocidental…’. Entre as suas funções secretas estavam a detecção de comunicações telefonónicas intercontinentais e o controlo dos satélites espiões dos E.U. Price foi espantosamente certeiro na sua observação remota ao penetrar nas instalações Russas de Monte Narodnaya no extremo norte, nas remotas Montanhas dos Urais. A CIA confirmou a rigorosidade da observação remota de Price.

Projecção astral no espaço

Quando se tratar de, seja o que fôr que não seja físico, no pós-vida, as distâncias são imateriais. As informações transmitidas do pós-vida (veja Silver Birch, Arthur Findlay e outros) dizem-nos, repetidamente, que a mente é crucial no pós-vida. Por exemplo, se você está em Nova Iorque e quiser estar junto ao Big Ben, em Londres, tudo o que tem a fazer é pensar no Big Ben com o desejo de aí se deslocar e você, instantâneamente, lá está. Viajar, no pós-vida, realiza-se à velocidade do pensamento.

Um artigo interessantíssimo aparece numa das Publicações Llewellyn, The Truth About Astral Projection (1991:13) referente a Experiências Fora do Corpo na exploração espacial. De acordo com os autores, uma experiência memorável aconteceu no Instituto de Pesquisas de Stanford, no dia 27 de Abril de 1973. Dois dos principais executantes de EFC da América, Ingo Swann e Harold Sherman, receberam a missão de avaliar as condições em redor do planeta Júpiter. Isso seria como preparativo para o envio, pelos Estados Unidos, do veículo espacial Pioneer 10 a Júpiter, no mês de Dezembro seguinte.

Swann e Sherman relataram que Júpiter estava sugeita a densas tempestades magnéticas. Predisseram que a atmosfera era tão densa que desviaria sondas de rádio e, desse modo, impediria a aterragem do Pioneer 10 na superfície, como estava planeado. Todas estas e outras informações foram confirmadas posteriormente (Llewellyn 1991:13).

A 17 de Março de 1974, Swann e Sherman foram, convocados para se projectarem, de novo, no espaço. Desta vez foram separadamente, e cada um deles não tinha conhecimento da participação do outro. O objectivo era Mercúrio e eles deveriam recolher informações antes do lançamento do Mariner 10 em direcção a Mercúrio. Uma vez mais, de forma espantosa, eles relataram informações idênticas que contradiziam o que os cientistas na Terra pensavam acerca de Mercúrio. As informações enviadas pela Mariner 10 mostraram que Swann e Sherman estavam correctos (Llewellyn 1991:13).

Sem dúvida que mais viagens utilizando as Experiências Fora do Corpo serão realizadas e relatadas durante o século vinte e um.

Guerreiros Psíquicos

O Major David A Morehouse, um oficial do Exército dos E.U.A. altamente condecorado, foi, entre 1987 e 1991, destacado para vários programas especiais altamente secretos no Comando de Espionagem e Segurança e na Agência de Espionagem para a Defesa do Exército dos E.U.A. No seu livro The Psychic Warrior – The True Story of the CIA’s Paranormal Espionage Program (1996) ele refere várias figuras no programa, como segue:

O segredo já é de domínio público: a observação remota existe, funciona, foi testado, provado e utilizado em espionagem por mais de duas décadas. As admissões mais recentes do Governo em relação à utilização de meios de guerra psíquicos são testemunhos cruciais e irrefutáveis de que o que eu aqui digo é verdade O Governo do país mais poderoso da face da Terra admitiu que os humanos podiam transcender o tempo e o espaço para observar pessoas, lugares, coisas e eventos e que a informação assim obtida podia ser trazida. Espero que compreendam a importância destas informações (Morehouse 1996).

Morehouse também declara que, ele e outros executantes de EFC tiveram contactos regulares com seres do pós-vida.

Estou espantado que este projecto das EFCs, observações remotas, necessáriamente secreto, tivesse sido autorizado a ir avante no Exército dos E.U.A. e por tanto tempo, sem a forte oposição dos materialistas, da religião institucionalizada e dos fundamentalistas. Evidentemente, que os militares e as agências de espionagem decidiram que as objectivamente provadas EFCs transcendiam, prevaleciam e tornavam inválidas quaisquer objecções baseadas em subjectivas crenças religiosas dos fundamentalistas ou das igrejas institucionalizadas.

A evidência da saída para fora do corpo estabelece a existência do corpo astral ou etérico que é o duplo do corpo físico. Inevitávelmente, mais cedo ou mais tarde, o projecto que foi uma vez um projecto aberto tornar-se-á, necessáriamente, secreto. As consequências da observação remota são enormes e virá a ser decidido que o público não deverá ter acesso às informações sobre as EFCs.

A consistência das EFCs

• Dr. Dean Sheils analizou mais de 1.000 estudos de EFC em 70 países de cultura não ocidental. Os seus resultados conclusivos mostraram que, embora fosse esperado que pudesse haver variações significativas nas EFCs, ele descobriu que havis absoluta consistência. O Dr. Sheils disse que os resultados eram tão universais que o fenómeno tinha que ser genuino (Lazarus 1993:167).

• Muitos dos gigantes da literatura deste século declararam, públicamente, que tinham tido uma EFC: incluem Ernest Hemingway, Tolstoi, Dostoievski, Tennyson, Edgar Alan Poe, D H Lawrence, Virginia Wolf (Lazarus 1993:166).

• O credibilíssimo cientista, o Dr. Robert Crookall, analizou mais de 700 relatórios de EFCs. Ele descobriu que 81% dos que as tinham experimentado tinham uma firme convicção da vida depois da morte devida às suas experiências pessoais. O que deixou o meticuloso cientista, Crookall, aturdido foi a coerência dos relatos das EFCs, provenientes de todas as partes do Mundo, com as experiências no limiar da morte e com as comunicações vindas de médiums de grande nível (Crookall 1970).

O corpo astral observado durante a exteriorização

• A Society for Psychical Research tinha um grande número de casos de EFCs em registo. Um dos casos mais interessantes dizia respeito à pessoa que experimentava o estado de fora do corpo ser tomada por uma outra pessoa como um corpo de carne e osso.

Mr. Landau relata que em 1955, a sua noiva lhe falou sobre as EFCs dela.Uma noite ele deu-lhe o seu diário e pediu-lhe que o levasse para o quarto dele durante a sua próxima EFC. Cedo na manhã seguinte ele observou a aparição desaparecer no corpo dela dormindo na cama. Quando regressou ao seu quarto ele encontrou, ao lado da sua cama, o cão de borracha dela, que ele tinha visto pela última vez, numa cómoda ao lado da cama dela. Quando ele lhe perguntou sobre isso ela disse que não se sentiu à vontade em mover o diàrio porque lhe tinham ensinado em criança que nunca devia mexer em cartas e diários de outras pessoas (Landau 1963:126:128).

• Nos E.U.A., Karlis Osis e Boneita Perskari passaram vários anos pesquisando com um excelente praticante de EFCs, Alex Tanous, e conseguiram obter resultados signficativos. Um teste, em particular, requeria que Tanous viajasse, astralmente, a um lugar diferente, a quilómetros de distância, para visitar um determinado escritório e observar o que estava sobre uma secretária e depois relatar o que vira. O que Tanous não sabia era que, nesse escritório, um psíquico, Christine Whiting, estava à espera para ver se ela conseguia ver alguém a vir. Seguramente que esta médium, com a sua visão de vidente, viu Tanous chegar ao escritório. Ela também descreveu, em detalhe, a posição, a localização no espaço, a camisa com mangas arregaçadas e as calças de bombazina que ele vestia. Assim, o registo mostra que, nesta experiência, houve independente identificação de Tanous durante a EFC (William 1989:35-36).

Ver coisas normalmente não visíveis

• Sir Oliver Oyston, um distinto soldado Briitânico, registou uma EFC quando estava muito doente no hospital com uma febre tifóide durante a guerra dos Boers. O corpo astral de Sir Oliver, plenamente consciente de tudo o que o cercava, flutuava e penetrava através das paredes, tomando particular nota de um jóvem ‘cirurgião em agonia da morte provocada pela tifóide’. No dia seguinte, completamente recuperado, Sir Oliver contou, detalhadamente, à equipa médica o que aconteceu. A equipa médica confirmou, mais tarde, tudo o que Sir Oliver lhe tinha narrado.

• O Professor Kimberly Clark da Universidade de Washington, relatou um caso, agora internacionalmente conhecido, de uma paciente do hospital que sofria de paragens cardíacas, ter tido uma EFC. O seu corpo duplo e invisísivel foi em viagem astral para os pisos superiores do hospital, acabanbo por ir ter a um armazém em que nunca tinha estado, óbviamente. Ela viu um velho par de ténis em cima de um armário. Regressando ao seu corpo e, ao recobrar a consciência, contou o que se tinha passado ao Professor. Espantado pela informação o Professor propôs-se confirmar a história. Tudo, até ao ínfimo pormenor, foi confirmado, até mesmo o nome do fabricante dos ténis. Irónicamente, este foi um dos casos discutidos pelo escritor Inglês católico Ian Wilson no seu livro The After Death Experience .

• A Dra. Elisabeth Kubler-Ross disse que, durante as suas pesquisas, teve casos em que um paciente cego era capaz de ver certos eventos durante as suas EFC, eventos que depois foram confirmados (Kubler-Ross 1997:175).

Algumas experiências controladas

Devido à cooperação de alguns talentosos praticantes de EFCs, o fenómeno entrou no âmbito da ciência.

• Cientistas Holandeses conseguiram pesar, com sucesso, o corpo físico, antes, durante e depois das exteriorizações (EFCs). Descobriram uma perda de peso de 64 gramas durante a exteriorização (Carrington, 1973).

• Pesquisadores Franceses, incluindo o Professor Richet, dispenderam muitos anos fazendo com que corpos exteriorizados movessem objectos materiais, produzissem batimentos à distância e afectassem chapas fotográficas e redes de cálcio. Eles fotografaram exteriorizações.

• Outros pesquisadores, incuindo Robert Morris da Fundação Física da Carolina do Norte, levou dois anos a investigar as EFCs. Um voluntário praticante de EFCs, Keith ‘Blue’ Harary, que dizia ter tido Experiências Fora do Corpo desde criança, foi capaz de se deitar no quarto selado dum laboratório e projectar-se para uma outra casa a dezoito metros de distância. Enquanto aí estave foi capaz de ler cartas e contar, com precisão, quais os pesquisadores que lá se encontravam e onde estavam sentados.

• Em 1965, o Dr. Charles Tart, um psicólogo da Universidade da Califórnia, conduziu experiências controladas com Robert Monroe, um talentoso praticante de EFC. Monroe escreveu mais de três livros dando meticulosos detalhes acerca das EFCs. Ele também fundou um intituto com fins não lucrativos, ‘O Instituto Monroe’, que ensina, quer em casa, quer através de ensino à distância, como ter essas experiências.

Será o cérebro diferente da mente?

Muitas pessoas, incluindo alguns psicólogos, acreditam, erradamente, que o céerebro e a mente são a mesma coisa. Um dos grandes pioneiros do fenómeno psiquico nos Estados Unidos, George Meek, afirma no seu notável livro, From Seance to Science (Meek 1973) que pesquisas demonstram, sem lugar a dúvidas, que a mente é diferente e independente do cérebro. Ele cita o facto de que o Dr. Wilder Penfield, um dos primeiros pesquisadores do cérebro a estudar a distinção entre cérebro e mente, ser capaz de remover, permanentemente, ‘massivos segmentos do cérebro do paciente e que a ‘mente’ parecia continuar a funcionar, como dantes, sem distúrbios da consciência.’

A ciência, argumenta ele, não tem resposta para a questão de como e onde nós armazenamos os nossos pensamentos, as nossas memórias e as nossas impressões, uma vez que:

• De acordo com o biólogo Americano, o Dr. Hudson Hoagland, 60.000 biliões de células no corpo humano e 500 milhões de células de alguns tipos morrem todos os dias e são substituidas por outras novas,

• Sir Charles Dodds descobriu que:

No caso do homem, a substituição total de proteínas ocorre em cada 80 dias, enquanto que a substituição total das proteínas do fígado e do soro ocorre em cada 158 dias
…. é espantoso pensar que a totalidade das proteínas, de que o corpo humano é, em grande parte, composto é substituido em cerca de 160 dias (Meek 1973:25).

No contexto do acima descrito se, como alguns cientistas afirmam, as nossas memórias são registadas nas células do nosso cérebro, porque é que ainda as retemos? George Meek pergunta:

Como poderemos armazenar os nossos pensamentos, memórias e impressões nos arrumadinhos armários das células do cérebro se, milhões dessas mesmas células são dissolvidas e arrastadas pelo cano abaixo do nosso sistema excretório, vinte e quatro horas por dia (Meek 1973:25).

Se alguns cépticos dizem: ‘Oh! Mas é muito simples… é uma função das moléculas do DNA’. Os cientistas concordam que esta resposta não é, de maneira nenhuma, adequada.

É claro que, durante uma EFC, a mente e o corpo duplo etérico saem do corpo físico. O cérebro mantém-se no corpo físico. Enquanto a mente está fora do corpo físico, no corpo etérico, pode pensar, analisar, criar, observar, registar, memorizar e pode instruir o corpo etérico a fazer tudo o que lhe ordene, dentro de certos limites.

Sobre este assunto também temos a confirmação de Altas Inteligências, incluindo a Águia Branca e a Bétula de Prata, que a mente é independente do cérebro físico e, enquanto que, com a morte, o cérebro físico morre com o corpo físico, a mente com o corpo etérico sobrevive com todas as memórias acumuladas durante a vida na Terra.

Por conseguinte…

Sem dúvida que os cientistas, os militares e outros, demonstraram que as Experiências Fora do Corpo são uma realidade. Isto significa que um corpo duplo com a sua própria mente existe realmente, e é este corpo duplo que sobreviverá à morte física, tal como os psíquicos têm afirmado há séculos.

20. A Ciência e as Experiências no Limiar da Morte (ELM)

‘Parece haver poucas dúvidas de que as ELMs ocorrem em todas as culturas e que têm ocorrido desde sempre durante a história escrita … as ELMs acontecem a novos e a idosos, a pessoas de todos os extractos sociais, àqueles cuja vida tem uma dimensão espiritual e àqueles que não professam absolutamente nenhuma fé … há muitos exemplos de pessoas que tiveram ELMs numa altura em que nem sabiam que tais fenómenos existiam’
Dr. Peter Fenwick

A Experiência no Limiar da Morte (ELM) é um poderoso argumento a favôr da existência do pós-vida. À medida que as técnicas de ressuscitação se desenvolvem, cada vez mais pessoas são trazidas do limiar da morte clínica. Muitos deles contam a experiência expressiva e profundamente intensa na qual têm a sensação de estarem vivos e funcionando fora do corpo. Para muitos a Experiência no Limiar da Morte é uma experiência espiritual e emocional extremamente poderosa.

A evidência das ELMs é constante, esmagadora e esotérica – experimentada por muitos. As evidências experimentais das ELMs são também coerentes com outras evidências experimentais dos fenómenos psíquicos – incluindo as EFCs, com as informações obtidas através de médiums físicos e mentais, com as aparições e a sobrevivência. Embora alguns cépticos de espírito fechado se recusem a acreditar coisas como as Experiências no Limiar da Morte, os cépticos de espírito fechado mais informados e com melhor educação formal agora já admitem que é indisputável a existência das ELMs. A questão ficou agora confinada ao compreender o que é que elas significam.

Os psíquicos dizem que, numa situação de crise, em que a morte é quase inevitável ou é tida como inevitável, o corpo duplo, o corpo etérico ou astral, larga o corpo físico e experimenta as primeiras fases do pós-vida – veja mais à frente. Se a morte não ocorre, o corpo duplo volta a ocupar o seu lugar no corpo físico. Os cépticos dizem que não existe isso de corpo duplo e, seja o que fôr que alguém possa sentir, tem a ver com problemas do corpo físico em si – está tudo na mente.

Estudos têm demonstrado que as ELMs têm acontecido no seguimento de doenças, de operações cirúrgicas, de parto, de acidentes, de ataques de coração e de tentativas de suicídio.

Um dos pioneiros nesta área foi um médico e filósofo, o Dr. Raymond Moody Jr., que começou a sua obra como um céptico e está, agora, completamente convencido da realidade da vida depois da morte. O seu primeiro livro, Life After Life escrito em 1975, é considerado um clássico que abriu esta área à moderna investigação e foi seguido de outros dois livros em 1983 e 1988.

Desde 1975 houve diversos estudos em vários países – tantos que há, agora, diversas associações e revistas sobre a investigação de estudos sobre o limiar da morte. O excelente livro Australiano de Cherie Sutherland (1992) contém uma bibliografia seleccionada de mais de 150 relatórios de pesquisas académicas.

Os quinze elementos comuns

Moody encontrou uma surpreendente similitude nas descrições de mais de 150 pessoas que tiveram experiências destas – de tal modo que ele conseguiu identificar quinze elementos diferentes que são uma constante nesses relatos. Ele construiu uma experiência típica que contém todos estes elementos:

• Um homem está moribundo e quando atinge o ponto de maior debilidade física, ouve o médico pronunciá-lo morto. Começa a ouvir um barulho desagradável, uma campaínha ou bezouro a soar alto e, ao mesmo tempo, sente-se a mover, muito rápidamente, num túnel longo e escuro. Depois disto, dá-se conta de estar fora do seu próprio corpo físico, mas, ainda nas imediações do ambiente físico e vê o seu próprio corpo à distância, embora ele esteja apenas como espectador. Desta invulgar posição dominante ele observa as tentativas de ressuscitação, encontrando-se em estado de transtorno emocional.

• Depois de algum tempo, volta a si, e torna-se mais familiarizado com a sua estranha condição. Toma nota de que é ainda um ‘corpo’ mas, de natureza bem diversa e com poderes bem diferentes dos do corpo que acabou de deixar para trás. Cedo outras coisas começam a acontecer. Outros vêm encontrar-se com ele e ajudá-lo. Vislumbra espíritos de parentes e amigos falecidos e um espírito cheio de amor e de mansidão, de uma natureza que ele jamais encontrara antes – um ser de luz – aparece perante ele. Este ser faz-lhe uma pergunta, não verbal, para o fazer avaliar a sua vida, e vai-o ajudando, revelando-lhe uma panorâmica instantânea dos acontecimentos mais relevantes da sua vida. A certa altura sente-se a aproximar de uma espécie de barreira ou fronteira, aparentemente representando o limite entre a vida terrena e vida seguinte. Mesmo assim ele acha que deve voltar para a Terra, que a hora da sua morte ainda não é chegada. Neste ponto ele oferece resistência porque já começou a apreciar as experiências do pós-vida e não quer regressar. Sente-se transbordante de sentimentos intensos de alegria, amor e paz. Apesar da sua disposição de espírito ele, de certo modo, se reune ao seu corpo físico e volta a viver.

• Mais tarde tenta contar aos outros mas, tem receio de o fazer. Em primeiro lugar não encontra nenhumas palavras humanas adequadas para descrever essas experiências extra terrenas. Também pensa que os outros irão zombar dele e, assim decide não contar nada. Seja como fôr, a experiência afecta a sua vida profundamente, especialmente a sua visão sobre a morte e a sua relação com a vida (Moody 1975:21:23)

O Dr. Kenneth Ring, que produziu um estudo científico sobre as Experiências no Limiar da Morte, em 1980, confirmou os achados do Dr. Moody mas, descobriu que as pessoas iam através da experiência, por fases, e um grande número de pessoas apenas experimentavam as primeiras.

Outros estudos por Karl Osis e Erlendur Haraldsson (1977), Michael Sabom e Sarah Kreutziger (1976), Elisabeth Kubler-Ross (1983), Craig Lundhal (1981) e Bruce Creyson e Ian Stevenson (1980) todos confirmaram a descripção de Moody.

Enquanto inconscientes eles viram

O Dr. Sabom, um cardiologista da Geórgia, entrevistou mais de 100 pacientes do hospital e que tinham escapado à morte por um triz. Destes, 61 por cento relataram ter experimentado a clássica ELM do tipo correspondendo, aproximadamente, aos publicados, em 1975, por Moody.

Muitos dos pacientes reanimados foram capazes de descrever, em grande detalhe, exactamente, o que passava na sala de operações enquanto estavam, supostamente, inconscientes ou mortos. O Dr. Sabom investigou a possibilidade destes doentes estarem, meramente, a utilizar a sua imaginação criativa ou conhecimentos que teriam, inconscientemente, adquirido de outros casos de cuidados de emergência.

Entrevistou um grupo de doentes cardíacos crónicos que não tivessem tido uma Experiência no Limiar da Morte e pediu-lhes para imaginar que estavam a observar uma equipa médica a tentar ressuscitar uma vítima de ataque cardíaco e para lhe descreverem, com tantos detalhes quanto possível, os passos tomados. Para sua surpresa, 80% deles descreveram, erradamente, os procedimentos. Por outro lado, nenhum dos do grupo que reclamaram terem testemunhado a sua reanimação, enquanto fora do corpo, cometeram um único erro sobre os procedimentos (Sabom 1980:120-121).

Uma experiência comum

Existem agora, literalmente, milhões de pessoas em todo o Mundo que já tiveram Experiências no limiar da morte. Em 1983, um estudo de opinião pública feita por George Gallop Jr. concluiu que oito milhões de Americanos, aproximadamente, ou seja, 5 por cento da população adulta, tinham tido pelo menos uma (Gallup 1982). Um estudo de opinião pública Australiana levada a cabo por Allan Kellehear e Patrick Heaven mostrou que dez por cento de 179 pessoas declararam ter experimentado, pelo menos, cinco elementos típicos duma ELM.

Estudos em locais amplamente diferentes, geográficamente, têm produzido resultados, notávelmente, idênticos, tais como: o estudo sobre as ELM de Margot Grey na Inglaterra (Grey 1985); o estudo de Paola Giovetti na Itália (Giovetti 1982); o de Dorothy Counts na Melanésia (Counts 1983); o de Satwant Pasricha e Ian Stevenson (1986) na Índia. Mais estudos continuam a chegar de diversos países com regularidade e casos históricos demonstram que as experiências têm sido notávelmente coerentes ao longo dos tempos (veja o caso das ELMs de Er n’A República’ de Platão, reeditada em 1973).

Embora estas experiências tenham vindo a acontecer ao longo da História da humanidade, apenas nos últimos vinte anos as pessoas se sentiram livres, na cultura ocidental, para falar delas e do efeito que tiveram nas suas vidas.

Efeitos posteriores comuns

Cherie Sutherland, uma investigadora Australiana, entrevistou a fundo, 50 sobreviventes de ELM e descobriu que os efeitos nas vidas dos sobreviventes foram notávelmente coerentes e, significativamente, diferentes dos efeitos de alucinações provocadas por drogas ou produtos químicos. Ela identificou muitos efeitos que foram substanciados por outras estudos, tais como Ring (1980 e 1984) Atwater (1988). Incluem:

• Uma crença universal no pós-vida;
• Uma elevada proporção (80%) que acreditava na reencarnação;
• Uma ausência total de medo da morte;
• Uma grande mudança da religião organizada para a prática espiritual pessoal;
• Um aumento estatísticamente significativo de sensibilidade psíquica;
• Uma visão mais positiva de si e dos outros;
• Um aumento do desejo de recolhimento;
• Um aumentado sentido de objectivo;
• Uma falta de interesse no sucesso material em contrapartida com um aumento de interesse por desenvolvimento espiritual;
• 50% experimentaram dificuldades nas relações íntimas devido à alteração das suas prioridades;
• Um incremento na tomada de consciência quanto à saúde;
• A maioria bebia menos álcool;
• Quase todos deixaram de fumar;
• A maior parte deixou de utilizar medicamentos de farmácia;
• A maioria passou a ver menos televisão;
• A maioria passou a ler menos jornais;
• Um acrescido interesse por medicinas alternativas;
• Um acrescido interesse em aprender e em auto-valorização;
• 75% passaram por uma grande alteração de carreira, mudando-se para áreas de ajuda ao próximo.

Um estudo Americano independente efectuado pelo Dr. Melvin Morse descobriu que os sobreviventes de ELM têm um número três vezes maior de experiências psíquicas do que as demais pessoas (Morse 1992).

Explicação alternativa

Naturalmente que as Experiências no Limiar da Morte não podem apenas ser aceites pelo que parecem, sem que se examinem explicações alternativas. Estas são:

Estarão eles a defraudar?

Como afirmado mais atrás, os que estudaram as ELMs – cientistas, médicos, psicólogos, outros investigadores e cépticos – todos eles agora afirmam, com absoluta certeza, que as ELM são uma realidade.

Alguns cardiologistas, investigadores de espírito aberto, sustentaram inicialmente que as ELM não existiam mas, subsequentemente, mudaram de opinião. Michael Sabom, o cardiologista mencionado anteriormente, admitiu que, antes de começar a investigar, sentia que as ELMs deveriam ser ‘fabricações da consciência’, fosse de quem os relatava fosse de quem escrevia sobre eles. Contudo, ao começar as investigações, ficou, absolutamente, estupefacto perante a genuinidade do fenómeno.

Outro credibilíssimo cardiologista que era, inicialmente, céptico foi Maurice Rawlings que declara no seu livro Beyond Death’s Door (1978) que ele sempre tinha acreditado na morte como a extinção total, até ao dia em que um carteiro de quarenta e oito anos caiu ‘morto’ no seu consultório. Ao começar a ressuscitá-lo o paciente começou a gritar: ‘Estou no Inferno! Tire-me do Inferno!’. Primeiro Rawlings disse-lhe: ‘Conserva o Inferno para ti mesmo – Estou a tentar salvar-te a vida’. Mas, gradualmente, ele começou a ficar convencido pelo terror genuíno do homem em quem ele estava a trabalhar. A experiência foi tão traumática e convincente que o Dr. Rawling começou a escrever livros sobre o assunto. Se o leitor aceita a palavra de um cardiologista altamante credível e qualificado, a sua vida mudou, por completo, com esta experiência.

A explicação farmacológica

Alguns sugerem que as ELM acontecem por causa de medicamentos administrados aos pacientes na altura das crise. Drogas como a quetamina e a morfina têm sido sugeridas. Moody investigou estas hipóteses e rejeitou-as (Moody 1975:160-161). Isto porque muitos dos pacientes que experimentaram ELMs não tinham tomado medicamentos e porque as visões induzidas por drogas eram, marcadamente diferentes, quer entre si, quer das ELMs, em conteúdo e intensidade e não tinham efeitos profundos de longo termo.

LSD?

Alguns investigadores, incluindo R K Siegel, relataram que alguns dos que tomaram drogas alucinogéneas, tais como o LSD, tiveram experiências semelhantes às ELM. Mas, também temos informação que existem diferenças distintas entre os efeitos do LSD e das ELM. Este assunto foi eficazmente tratado por Moody e outros.

Privação de oxigénio?

Argumenta-se, por vezes, que as ELM são causadas por fome de oxigénio e são a resposta normal para um ‘cérebro moribundo’. Contudo, muitas pessoas tiveram Experiências no Limiar da Morte antes de terem tido quaisquer pressões fisiológicas e, em alguns casos, sem mesmo ter havido qualquer dano físico (Moody 1975:163). Sabom, em consonância com o Dr. Fenwick, reparou que, em casos genuínos, de privação de oxigénio existe uma ‘progressiva atrapalhação e confusão das capacidades cognitivas’ que contrasta, directamente, com a clareza e a expansão do estado de consciência relatado pelos que tiveram ELMs (Sabom 1980:176).

Explicação psicológica?

Houve várias tentativas para afirmar que as ELMs são, básicamente, ‘desejo de realização’ – que se vê o que se está, culturalmente, condicionado para esperar ver. Contudo, Ring (1984), Sabom (1982) e Grosso (1981), todos descobriram que não existe nenhuma ligação, nenhuma correlação entre as crenças religiosas e as ELM.

Outros psicólogos tais como Uri Lowental (1981) argumentaram, sem dar qualquer prova, que as ELMs são uma ’revivência da experiência do nascimento’. As suas hipóteses são, geralmente, consideradas como especulações inúteis.

Os psicólogos Kletti e Noyes (1981) afirmaram que as ELMs são ‘despersonalização e fantasias agradáveis que representam uma forma de protecção psíquica contra a ameaça da destruição’. Contudo, esta explicação foi também refutada por Gabbard e Twemlow (1981) que apontaram para o facto de que a despersonalização, usualmente, ocorre em pessoas com idades entre os 15 e os 30 e que, virtualmente, são desconhecidas em pessoas com mais de 40 anos.

Outros propuseram que as ELMs fossem formas de ‘alucinações autoscópicas’ – uma rara doença psiquiátrica. Contudo, Sabom (1982) e Gabbard e Twemlow (1981) acharam que isso não era plausível baseados num número significativo de diferenças.

Explicações neuro-psicológicas

Moody considerou alguns paralelos entre a revivência de vidas passadas de pacientes com ELM e os flashbacks experimentados por pessoas sofrendo de anormalidades reurológicas. Concluiu que os dois eram, essencialmente, diferentes, uma vez que, enquanto os flashbacks se referiam a acontecimentos aleatórios e triviais que não eram recordados depois dos ataques, na revivência da vida, típica das ELMs, os acontecimentos se passavam na ordem cronológica e referiam-se aos periodos mais importantes da vida. Eram todos vistos ao mesmo tempo e constituiam uma ’visão unificada’ capaz de dar à pessoa uma visão interior do objectivo da sua vida (Moody 1975:166).

Cérebro moribundo?

O Dr. Peter Fenwick é Professor do Royal College de Psiquiatras e um neuropsiquiatra de reputação internacional – especialista das interligações mente/cérebro e do problema da consciência. Na Inglaterra, ele é a autoridade clínica líder sobre as ELMs e é o Presidente da Associação Internacional para os Estudos sobre as Experiências no Limiar da Morte.

Com sua esposa, Elisabeth, também uma cientista profissional formada em Cambridge, o Dr. Peter Fenwick fez uma minuciosa investigação dos argumentos levantados por psicólogos cépticos e materialistas segundo os quais as experiências no limiar da morte são provocadas pelos efeitos psicológicos dum cérebro moribundo (Fenwick 1996).

O argumento de psicólogos contra as ELM terá que ser visto à luz da sua própria limitação de conhecimentos quanto ao funcionamento do cérebro. Os psicólogos não têm a necessária profundidade de treino profissional, nem académica nem prática, dos neuropsiquiatras como o Dr. Peter Fenwick, para, profissionalmente avaliarem a fisiologia da ELM. O treino profissional dos psicólogos apenas inclue um treino muito básico em fisiologia. Uma olhadela a cinco livro de textos padrão das universidades de Psicologia mostra que o estudo do funcionamento do cérebro constitui menos de 5% do estudo total de psicologia. O estágio dos psicólogos não inclui a prática da cirurgia, quanto mais o altamente especializado campo da cirurgia ao cérebro humano.

Certamente que alguém na posição do Dr. Fenwick terá conhecimento suficiente para avaliar, com exactidão, se as ELMs podem ou não ser explicadas por aquilo que se passa com o cérebro moribundo. O Dr. Fenwick afirma que estes psicólogos escrevem simplesmentes disparates quando se aventuram em áreas de conhecimento fora da sua área de competência técnica, conhecimento que eles não possuem, que não compreendem e que não constitui o seu trabalho de todos os dias.

Ele é mordaz para com os cépticos:

(Eles) simplesmente não possuem o conhecimento… Tanta asneira se fala acerca das Experiências no Limiar da Morte por pessoas que não têm que lidar com estas coisas no dia a dia. Assim, estou, absolutamente seguro de que tais experiências não são causadas por carência de oxigénio, endorfinas ou nada do género. E, certamente, nenhuma destas coisas explicaria a qualidade trascendental de muitas destas experiências, o facto de que estas pessoas sentem uma infinita sensação de perda quando as deixam para trás (Fenwick 1995:47).

Como consultor de neuro-psiquiatria ele trabalha, constantemente, com pessoas que se sentem confusas, desorientadas, com desarranjos cerebrais e, como o Dr. Fenwick aponta:

O que é bastantes claro é que quaisquer desorientações das funções do cérebro leva a desorientação da percepção e redução da memória. Normalmente, não é possivel obter, de um cérebro desorientado ou danificado, lembranças de experiências perfeitas e bem estruturadas. (Fenwick 1995:47).

Do mesmo modo refuta o argumento das endorfinas:

Acerca das endorfinas, estamos sempre a exagerar o efeito que elas têm, visto que milhares de pessoas tomam morfina todos os dias. Certamente que isso produz calma mas, não produz experiências estruturadas. (Fenwick 1995:47).

Os cépticos de espírito fechado são convidados a responder às seguintes questões:

• Se as ELMs são provocadas por um cérebro moribundo, isso deveria acontecer a todas as pessoas moribundas. Porque é que nem todas as pessoas que estão à beira da morte, cujo cérebro está ‘moribundo’, não têm ELMs?

• Se a ELM é um desejo de realização, porque é que nem todas as ELMs são positivas? Porque é que algumas experiências são neutras ou horrivelmente negativas tal como documentado por Phyllis Atwater (1994).

• Se as ELMs são causadas pela libertação de endorfinas , que provas objectivas existem para demonstrar que a libertação de endorfinas provoca uma revivência da vida duma forma ordenada?

• Que provas objectivas existem para demonstrar que a libertação de endorfinas leva ao colapso do sentido do tempo e ao seu relacionamento com o ‘eu’?

• Porque é que quase todas as pessoas que tiveram uma ELM experimentam uma transformação permanente que é coerente com o refinamento espiritual, um mais apurado modo de vida?

• Porque é que a maioria das pessoas que tiveram ELMs relatam terem encontrado uma nova motivação compativa com a poderosa experiência que tiveram fora do corpo?

• Que prova objectiva poderá ser apresentada para demonstrar que a compreensão do papel do sistema límbico e do lóbulo temporal pode contribuir para as experiências de familiaridade, percepção e ‘deja vue’ e o estatísticamente importante incremento das experiências psíquicas que se seguem às ELMs?

• Como é que os cépticos explicam as extraordinárias consistências entre as ELMs e as EFCs?


A insuficiente explicação física

Elisabeth Fenwick, a co-autora do livro The Truth in the Light – An Investigation of over 300 Near-Death Experiences (1996), começou as suas pesquisas pensando, realmente, que tudo podia ser explicado em termos científicos. Mas, depois de investigar ela concluiu:

Embora possa ser possível encontrar razões científicas para partes das Experiências no Limiar da Morte, não consigo encontrar explicação que cubra todo o conjunto. Ter-se-á que tomar isso como um todo e os cépticos… simplesmente, não o fazem. Nenhuma das explicações, puramente, físicas é suficiente… [os cépticos] subestimam, grandemente, até que ponto as Experiências no Limiar da Morte não são apenas uma série de coisas acontecendo de forma aleatória mas, apenas um acontecimento altamente organizado e detalhado (Fenwick 1995:47).

Estas maneiras de ver são apoiadas por um novo estudo sobre as Experiências no Limiar da Morte conduzidas pelo cardiologista Holandês, o Dr. William Van Lommel e a sua equipa, que estudaram 345 casos que teriam morrido se não lhes tivessem sido aplicadas a ressuscitação. Dez por cento lembravam-se de parte substancial de Experiência do Limiar da Morte enquanto que outros oito por cento tiveram uma menos pronunciada.

Estes pacientes foram comparados com um grupo de controlo, semelhante em termos de gravidade de doença, mas que não tiveram uma Experiência do Limiar da Morte. De acordo com o Dr. Van Lommel (1995):

A nossa descoberta mais espantosa foi a de que as Experiências no limiar da morte não têm uma raíz física ou médica. Ao fim e ao cabo, 100 por cento dos pacientes sofreram falta de oxigénio, 100 por cento foram tratados com medicamentos tipo morfina, 100 por cento foram vítimas de stress severo, de modo que essas não são, seguramente, as razões porque 18 por cento tiveram Experiências no limiar da morte e 82 por cento não as tiveram. Se elas tivessem sido despoletadas por qualquer destas coisas, todos teriam tido Experiências do Limiar da Morte (Van Lommel 1995).

De forma idêntica, Yvonne Kason, uma psiquiatra Canadiana, descobriu no seu consultório clínico pessoas que, sem estar à beira da morte, tiveram Experiências no limiar da morte. Isto incluia pessoas que pensaram que estavam quase a morrer e outras que estavam a meditar (Kason 1994:73).

Sem dúvida que as Experiências no limiar da morte, conjuntamente com as Experiências de Fora do Corpo e outras provas objectivas do fenómeno psíquico apresentado nesta obra, constituem uma prova objectiva poderosíssima e irrefutável do pós-vida.

Chapter 21-27...